Não dá para falar de inovação sem cuidar de quem faz inovação
O mercado de Tecnologia da Informação é pautado diariamente por inovação. Hoje, temos a inteligência artificial que dá vida aos robôs, tornando-os capazes, até mesmo, de realizar uma cirurgia de alta complexidade. As casas inteligentes já são realidade, destacando-se pela autonomia em funções, como acender as luzes, esquentar a água da banheira e abrir as persianas a partir de um botão acionado no interior do veículo do proprietário do imóvel, à distância. Essa Era tecnológica acelera também as inovações no quesito cibersegurança, afinal, os criminosos digitais se mantêm em constante alerta às oportunidades de lucro com a vulnerabilidade do outro.
A consequência dessa realidade é um emaranhado de empresas sedentas por desempenhar mais e melhor. Com isso, o mercado de contratações do setor de TI aquece, profissionais se veem na dinâmica de manter o conhecimento atualizado mesmo em temas para os quais ainda não existe um curso formal, alguns são alçados a altos cargos sem a devida maturidade e a rotatividade aumenta em proporções similares à da pressão por entregas de qualidade em prazos apertados.
São cenários corporativos como esse, com incêndios a serem apagados diariamente, que muitas organizações negligenciam a peça-chave de toda a operação de sucesso: a saúde mental do colaborador, no caso, o profissional de TI. E é por saber disso que sempre recomendo às empresas a criação de um ambiente em que impere a gestão humanizada, com base em quatro pilares da segurança psicológica:
1. Tolerância a erros e segurança psicológica
Para poder colocar em prática todo o seu potencial inovador, um colaborador precisa ter certeza que na empresa em que atua os erros são vistos como parte do processo e oportunidade de aprendizado, não como motivo para punição. Oferecer mais segurança psicológica para a equipe inclui mais empatia e compreensão. Por isso, é importante incluir os colaboradores nas ações de planejamentos, permitindo que eles deem sugestões para se sentirem mais engajados, e de certo modo, participantes da empresa. Isso resulta em um ambiente mais criativo e inovador.
2. Abertura ao diálogo
Não basta ouvir o que o outro tem a dizer. É preciso demonstrar real interesse pelo que está sendo dito e se dispor a entender o ponto de vista do outro, bem como os seus desafios individuais e como membro de uma equipe. Para tornar as tarefas mais envolventes e significativas, às vezes é preciso recalcular a rota. Neste ponto, há uma colocação da psicóloga Amy Wrzesniewski, que diz que podemos redesenhar o ambiente de trabalho de acordo com o que a equipe é proporcionando mais pró-atividade por meio de desafios e situações.
3. Estímulo à colaboração
Unida, uma equipe pode mais porque as fortalezas individuais se potencializam e um acaba compensando a falta de conhecimento ou habilidade do outro. E é na orquestração dessa dinâmica que o líder tem papel fundamental, inclusive promovendo ações para que os membros de uma equipe se mantenham integrados, seja no trabalho presencial, remoto ou híbrido. Realmente, é preciso dar mais importância para aquilo que as pessoas são boas, que as deixam mais realizadas e reconhecidas profissionalmente. Com isso, a equipe terá mais produtividade, engajamento e, consequentemente, mais felicidade.
4. Valorização à diversidade e inclusão
Uma equipe inovadora de verdade precisa, necessariamente, ser diversa. Só assim, um produto, serviço ou projeto terá mais chance de ser certeiro com relação aos desejos, às necessidades e às expectativas do seu público-alvo. Além disso, um colaborador que se sente respeitado tende a retribuir com sua lealdade e seu melhor desempenho. Fazer mais e melhor com menos investimento financeiro e no menor prazo possível parece ter se firmado como a necessidade de organizações de todos os portes e setores. Mas fica aqui o meu alerta: não dá para falar de inovação sem cuidar da mente e das emoções de quem está por trás dela.
Renata Rivetti é especialista em felicidade corporativa e liderança positiva