O dado, o imediatismo e o impacto no negócio
A tecnologia modificou a forma como as empresas sustentam suas operações. Não por acaso, é cada vez mais recorrente a discussão acerca da digitalização de etapas até então conduzidas manualmente. Claro, existe um grande valor por trás da implementação tecnológica nas corporações, mas é importante ir além desse conceito processual e compreender meios acessíveis de se extrair o real valor da inovação. Nesse sentido, os dados, objetos armazenados e movimentados no âmbito interno, caracterizam uma grande oportunidade de se repensar o planejamento estratégico de qualquer empresa, seja lá seu tamanho ou o segmento em que ela atua.
Com o crescimento e a consolidação de um posicionamento positivo no mercado, é natural se deparar com um aumento considerável no fluxo informacional. Só é possível acompanhar essa demanda evolutiva com ferramentas bem estruturadas e disponíveis para as equipes, sem distinções. O que resta é o compromisso do gestor em assegurar que essa transição ao digital não desconsidere o uso analítico das informações, transformando-as em insumos estratégicos.
Quando o tema é focado em inovação e sua aplicação prática no cotidiano operacional, muitos limitam o alcance dessa possibilidade de acordo com o porte da empresa em questão, como se fosse algo improvável para organizações menores. Se nos aprofundarmos em alternativas de soluções disponibilizadas no mercado, essa teoria logo se mostra inválida, por diversos motivos. O aspecto flexível e adaptável ligado à tecnologia também corresponde à sua instalação em um ambiente de trabalho. Existem formatos digitais elaborados justamente para suprir as necessidades de companhias grandes, médias e pequenas, sem extrapolar o budget de cada uma.
Portanto, é plenamente aceitável visualizar uma maturidade de dados em empresas de porte menor, abrindo espaço para mais estabilidade e segurança na hora de tomar uma decisão. Se a margem para falhas críticas é enxuta, contar com a referência da tecnologia no campo de análise e separação das informações vai de encontro à aplicação consciente da inovação.
As decisões ditam os rumos operacionais de todas as organizações. Tudo gira ao redor de uma tomada de decisão inteligente e estratégica, munida de embasamento técnico somado à intuição do profissional. Não é fácil atingir esse nível de assertividade. Inúmeras variáveis fogem do escopo do empresariado e expõem a importância de um planejamento estratégico flexibilizado. Os dados, como materiais dinâmicos suportados por plataformas em tempo real, oferecem essa abordagem adaptável tão necessária em tempos de adversidade.Mesmo com a máquina responsável pela unificação de fontes de dados e o polimento do que pode ser transformado em insights proveitosos, a participação humana é determinante na medida em que são as pessoas que devem indicar usos adequados às informações extraídas.
Quem não deseja compreender os anseios do público consumidor e seus principais hábitos? Proporcionar uma jornada de compra enriquecedora é um objetivo comum, mas difícil de ser alcançado, especialmente com uma equipe comercial pouco respaldada por informações e materiais analíticos referentes ao comportamento da persona estabelecida. Em outras épocas, talvez fosse aceitável determinar políticas de atendimento ao cliente com base na percepção e experiência mercadológica da empresa, porém, hoje, os usuários estão tão atualizados em relação às novidades tecnológicas quanto às empresas, subindo a exigência sobre os serviços e produtos.
Em razão dessa mudança comportamental, há um imediatismo latente para que as companhias tomem decisões cada vez mais certeiras. No final, todas as movimentações acerca da tecnologia no cenário empresarial mencionam, em determinado momento, o uso inteligente dos dados disponíveis. Por meio deles, a organização encontra totais condições de abraçar a transformação digital de modo que ela reflita positivamente para o desempenho das atividades e o sucesso do negócio.
*Eduardo Nistal é CEO do Grupo Toccato. Conta com mais de 19 anos de experiência executiva na estruturação, liderança e inovação das áreas Comerciais, Marketing, Canais, Parcerias, Modelos de Negócio e Desenvolvimento de Produtos.