Opinião

O desafio de administrar toda a rede a partir da nuvem

Atualmente, milhões de pessoas em diferentes setores utilizam a nuvem diariamente, principalmente desde a implantação do home office. Escritórios remotos, aulas online e telemedicina despontaram como modelos mais adequados ao cenário atual, que traz a necessidade de soluções que permitam o monitoramento, administração e operação dos dispositivos conectados, garantindo sempre a acessibilidade aos dados e mantendo as redes seguras.

Diante disso, foi desenvolvida tecnologia com foco no gerenciamento e administração eficiente da rede e dos dispositivos conectados remotamente. As soluções e infraestrutura para isso devem ser amigáveis ​​para lidar com diferentes necessidades, requisitos e desafios de cada usuário ou administrador que utilizam os serviços em nuvem. Para isso, as soluções e seus clientes podem utilizar três perspectivas ou formas de ver a nuvem que funcionam interligadas:

1.Cloud como consumidores, referindo-se aos dispositivos e infraestrutura física que possibilitam o fluxo de dados para consumir produtos ou serviços online. Como o cabeamento e os data centers necessários para operar lojas online como a Amazon.

2. Cloud como usuários de conteúdo: devido à variedade de dispositivos pelos quais acessamos conteúdo multimídia e informações na nuvem, bem como a infraestrutura necessária para isso. Como APs e dispositivos móveis que permitem assistir ao conteúdo no Netflix.

3. Cloud como administradores, considerando os avanços tecnológicos que atualmente se adaptam às necessidades de cada rede e permitem que sejam gerenciados em conjunto com os dados que por elas passam. Por exemplo, soluções ou plataformas automatizadas que permitem o gerenciamento de APs, usuários, redes corporativas e aplicações.


Como a nuvem influencia a maneira como consumimos hoje

Como consumidores, a nuvem impacta as diferentes maneiras pelas quais adquirimos bens e/ou serviços por meio da Internet. Vamos imaginar uma situação comum, em que uma pessoa faz um pedido por meio de um terceiro, como a Amazon. Nesse cenário, alguém usa um dispositivo móvel conectado à rede sem fio fornecida por seu provedor de serviços de Internet, essa informação chega ao data center da Amazon e, em seguida, é redirecionada ao data center da empresa em que está sendo utilizada para fazer a compra.

O tráfego dos dados e a arquitetura de rede que são necessárias para isso compõem a nuvem. Olhando por outro ponto de vista, as informações do dispositivo trafegam por pontos de acesso (APs) e continuam até um data center intermediário, que pode ser hospedado em sistema de housing dentro de vários racks de servidores, que chamamos de infraestrutura de negócios em hiperescala. Além disso, esta complexa linha de comunicação de dados requer um grande número de serviços fornecidos por fibra óptica para garantir que os dados do ponto A ao ponto B e C sempre trafeguem com rapidez e segurança.

Todo conteúdo do mundo em um só lugar

A maioria dos serviços online atualmente funciona de maneira muito semelhante, impactando não apenas as empresas, mas também os usuários finais. Isso nos faz entender que todos os dados que compartilhamos e o conteúdo que consumimos com nossos dispositivos também fazem parte da nuvem. Por exemplo, hoje é possível observar o conteúdo de um serviço de streaming de uma ampla gama de dispositivos como Smart TVs, tablets, smartphones, entre outros, além de ter a informação disponível em nossos locais de trabalho ou de casa, situação que cresce graças aos escritórios remotos e ao atual contexto mundial.

Todos esses dados não existem no mesmo local, mas circulam entre diferentes servidores que mudam constantemente e estão localizados em locais diferentes. A nuvem é baseada em um alto nível de abstração, com máquinas virtuais que não estão vinculadas a equipamentos físicos. Isso permite que as redes em nuvem sejam escalonadas rapidamente e se adaptem a diferentes requisitos, como o suporte à crescente demanda do usuário por um servidor de streaming ou o suporte ao acesso remoto a redes corporativas. Para sustentar essa demanda, são necessárias soluções que suportem maior largura de banda para todas as aplicações da nuvem, que reduzam a latência e que acima de tudo sejam seguras.

O novo cenário de nuvem para os administradores de rede

Devido ao aumento do uso de informações na nuvem, da quantidade de dados e da infraestrutura necessária para suportá-la, esse modelo está crescendo continuamente de forma exponencial. De acordo com consultoria Omdia, o mercado de rede gerenciada em nuvem está crescendo a uma taxa anual composta de 28,7%, com previsão de receita de equipamentos em US$ 5,5 bilhões. Diante desse cenário, fica cada vez mais complexo manter a rede e os dados na nuvem seguros e monitorados, representando novos desafios para empresas e administradores.

Enquanto para os usuários finais as soluções de APs e aplicativos móveis são excelentes para assumir o controle de suas redes de casa, empresas e especialistas em TI que gerenciam grandes arquiteturas de rede podem se beneficiar dos serviços de gerenciamento em nuvem, que em conjunto com o uso de Inteligência Artificial (IA) podem ajudar a trazer o controle seguro das redes empresariais para casa e a fornecer relatórios precisos, gerenciar o acesso de convidados e oferecer soluções rápidas para problemas de conexão, mesmo a distância, entre outros benefícios.

Com o crescente alcance de cloud computing, as soluções de tecnologia tiveram que se adaptar às novas necessidades para obter mais dos serviços em nuvem. Agora você pode gerenciar a distância redes corporativas e escritórios remotos, ou controlar a atividade em redes residenciais e comerciais. É necessário ter soluções para habilitar a nuvem de todos os seus ângulos, infraestrutura, rede e administração, com fibra e painéis necessários para o trânsito eficiente de dados, inclusive com ferramentas de monitoramento que ofereçam os insights certos para tomar decisões em qualquer escala, tudo a partir da nuvem.

Como preparar nossas redes para a expansão da nuvem

A nuvem traz muitos benefícios para várias organizações, como escolas com aulas online, e até mesmo para a indústria hoteleira, por oferecer suporte e controle sobre um grande número de aplicativos e usuários. Agora que entendemos a infraestrutura e as soluções necessárias para enfrentar essa explosão e a diversidade de usos, fica a questão de como preparar nossas redes para sua expansão.

A primeira coisa a fazer é avaliar o uso que damos à nossa rede. Por exemplo, um funcionário que utiliza escritório remoto não vai ter a mesma necessidade que um grande hospital que oferece consultas online, uma vez que entendemos o que precisamos da nuvem poderemos continuar com a avaliação das ofertas do mercado e adquirir as mais adequadas para nós.

Por fim, é preciso estar sempre atento aos acontecimentos atuais, ser cauteloso e olhar para o futuro. Uma das muitas coisas que aprendemos nos últimos meses é que a tecnologia deve ser adaptável e garantir conexões eficientes e seguras, assim como as redes gerenciadas em nuvem. Portanto, a partir de agora, levar em conta a flexibilidade e facilidade de gerenciamento de seus componentes deve ser uma prioridade para todos os tipos de organizações no planejamento de seus sistemas de rede, para manter a estabilidade em suas conexões e fortalecer a continuidade das suas operações, independentemente da situação.

*Ed Solis é vice-presidente da CommScope para a região das Américas para a área de vendas de soluções de infraestrutura corporativa

 

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