O mundo do agora (ou nunca)
Vivemos o mundo do agora, do tempo real, da internet das coisas, da quinta geração dos celulares, das conexões whatsApp e dos streamings (vídeo e música) que são permitidos diariamente e dos quase 100% dos jovens que declaram nunca largarem seus smartphones. Assim, a geração do milênio define as tendências do mundo digital. Na expectativa de que possamos viver nesse mundo, listo sete reflexões a seguir.
Primeira reflexão: que a procura dessa era digital tratando do acesso e uso de dados seja encontrada mediante ajustes e refinamentos contínuos, de modo a garantir que a dimensão humana da interação seja o âmago da questão.
Segunda: que surjam parcerias, novas formas de colaboração e uma modelagem operacional que se metamorfoseie em um modelo de ruptura digital.
Terceira: que tais rupturas impactem os negócios e as suas cadeias de valor, façam com que competidores ágeis e inovadores; por meio de plataformas digitais para pesquisa e desenvolvimento, voltados para produtos e serviços de valor agregado com velocidade, qualidade e preço; se apresentem ultrapassando os operadores históricos.
Quarta: que haja adaptação nas empresas de telecomunicações dirigidas para as áreas de saúde, educação e segurança, do mesmo modo como buscam os setores automotivo, eletrodomésticos e outros, que já cruzam os limites industriais, aproveitando-se das suas bases de clientes, tecnologia e infraestrutura de acesso a dados e redes móveis; pois a inteligência cognitiva já responde… Presente!
Quinta: que, como já ocorre em algumas empresas de telecomunicações, ambientalistas, antropólogos, filósofos, médicos, psicólogos, sociólogos, e outros profissionais, juntamente com engenheiros, sejam chamados para colaborar com a grande ruptura competitiva.
Sexta: existem razões (que a própria razão desconhece), nas quais a inovação tecnológica provoca uma revolução socioeconômica com velocidade alucinante, ampla, profunda e simultânea, trazendo transformações complexas de sistemas inteiros.
Sétima: antes da regulação para impedir a competição desleal (anos passados), as empresas aumentavam a produção, visando baixar preços, mas, também, eliminar seus concorrentes. Hoje, os concorrentes digitais oferecem produtos e serviços, mas sem a contrapartida do pagamento direto de preços.
Em resumo: enquanto tudo isso se passa, nós, brasileiros aguardamos ansiosos por regulação, ou desregulação (e ansiedade mata). A escolha é nossa, mas dependemos de decisões político-institucionais. Envolvendo todos os stakeholders, precisamos de uma ação política que desperte a atenção dos responsáveis por políticas setoriais no País. E, no Brasil, políticas setoriais não são estabelecidas por agências reguladoras, e sim pelos Poderes Executivo e Legislativo.
*Juarez Quadros do Nascimento* é presidente da Anatel, engenheiro eletricista e ex-ministro das Comunicações