Opinião

Retenção de talentos: Como incorporar novos hábitos?

A tecnologia da informação é um dos mais mutáveis mercados de trabalho em que alguém pode atuar. Sustentado pela ciência e pela inovação, ele demanda que seus profissionais se atualizem constantemente, aprendendo novas linguagens, soluções e se posicionem sempre um passo a frente em relação a concorrência. Isso não é uma exclusividade da área de tecnologia, mas é sem dúvida a espinha dorsal de um mercado que vive em transformação.

Independente da área de atuação, os profissionais da área de tecnologia precisam de novos treinamentos e reciclagens constantes. Eles devem estar atentos aos tipos de linguagens e meios de programação certos para atender as demandas do mercado e antever os formatos que cairão no esquecimento. Essa aposta constante e a busca pelas melhores ferramentas criam um ambiente competitivo dentro e fora das companhias, demandando mão de obra atualizada, comprometida e se possível à frente do seu próprio tempo.

A rotatividade de cargos e posições nas empresas de tecnologia é grande. Segundo a pesquisa Barômetro de TI, realizada pela empresa de recrutamento Page Personnel, 56% dos trabalhadores de tecnologia pretendem buscar um novo trabalho nos próximos 12 meses. Formatos de gestão com pouca flexibilidade e sem uma política de treinamento para o colaborador são os principais motivos para a busca de novas oportunidades.

Na WSO2 mantemos nossos colaboradores treinados e alinhados com as expectativas do mercado.  A retenção de talentos é uma de nossas prioridades. Está muito claro para todos, não só para a área de RH, a grande perda que a empresa tem com a saída de um talento: conhecimento, tempo, dinheiro e agilidade. Assim, estamos constantemente avaliando o nosso ambiente de trabalho e aplicando iniciativas voltadas para a promoção de um ambiente de trabalho melhor.

Algumas destas iniciativas surgiram com a fundação da empresa, baseadas nos valores da WSO2, e são aplicadas em nossos escritórios na Inglaterra, Vale do Silício, no Sri Lanka, e no Brasil. São ações simples, mas que proporcionaram resultados interessantes em nosso dia a dia. Entre elas:


Política de Open Mail: as mensagens de e-mail da empresa são abertas a todos. Para nós é importante que as estratégias sejam “públicas” internamente e que o acesso aos dados e demandas sejam livres. Informações públicas garantem que o corpo de colaboradores seja ágil, esteja alinhado à estratégia da empresa e se sinta parte do negócio.

Verticalização e treinamento imersivo: nossos colaboradores dedicam boa parte de seu tempo a treinamentos. Isso garante uma entrega mais padronizada e uma troca mais fluente de experiências. A integração de novos funcionários da WSO2 inclui treinamentos presenciais com especialistas da equipe de São Paulo, imersão no escritório de Colombo (no Sri Lanka) e treinamentos remotos com as equipes dos escritórios dos EUA e Reino Unido. Essa troca é muito frutífera, já que estimula os recém-contratados e promove constante revisão de nossos processos, gerando constante evolução.

Espírito de Start Up com postura de dono: a empresa tem em seu DNA um espírito forte de start up. As pessoas notam que têm em mãos a chance de crescer junto com a empresa e, a partir dessa oportunidade surgem os desafios e as responsabilidades de conseguir sempre mais. Essa postura dinâmica associada a um comportamento geral em que os colaboradores são estimulados a ter atitude de dono garantem um magnetismo interessante para as entregas da WSO2.

Coaching, mentoria, desenvolvimento, liderança e gestão de negócios: nossos clientes têm demandas específicas por soluções que integrem seus serviços e produtos e facilitem seu dia a dia. Sem orientação, os colaboradores naturalmente acabam sendo engolidos pelas demandas diárias e naturalmente deixam de pensar de forma estratégica. Gostamos de eleger um mentor para diferentes camadas de desenvolvimento aqui dentro. O colaborador sênior é convidado a praticar mentoria com um profissional recém-chegado, ensinando os processos e as soluções da empresa. Essa acessibilidade à instrução cria um ambiente leve, didático, e que se propaga por toda a empresa.

Naturalmente, como desenvolvedores de APIs, a integração é parte de nosso DNA. Como “conectores de tecnologia” é interessante para a nós aqui dentro da WSO2 notar que essa integração não é apenas aquilo que a gente entrega, mas exatamente aquilo que somos.
 
*Lucila Machado é Head de RH e Administração da WSO2 para a América Latina

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