Opinião

Stablecoin própria é a estratégia de empresas que buscam inovar

As stablecoins estão se firmando como a "espinha dorsal" de um novo paradigma econômico, onde a confiança é convertida em tokens e ganha lastro não apenas em ativos tangíveis, mas também em sistemas auditáveis e flexíveis.

Por Thiago Chaves Ribeiro*

A fim de operar com maior clareza, eficiência e velocidade, sem depender de redes validadoras fragmentadas e de alto custo, como é o caso do sistema financeiro tradicional brasileiro, as empresas, instituições ou até órgãos governamentais estão criando as chamadas “moedas estáveis”, também conhecidas como stablecoins, que permitem o controle direto dos fluxos monetários, a customização de regras operacionais e o fortalecimento das relações com diferentes públicos estratégicos.

O novo sistema engloba, no caso das empresas, pode atuar em programas de fidelização como os que hoje vemos em shoppings centers, como também, plataformas de comércio interno e meios de pagamento diretos. Já governos, uma melhor gestão de benefícios sociais – como o Bolsa Família que leva mais de 20 milhões de reais para os lares pelo país -, tudo interligado por tecnologias seguras que não exigem intermediários e que inibem fraudes e desvios.

Essas moedas digitais despontam como uma tendência na estruturação de novos ecossistemas financeiros mais ágeis, transparentes e descentralizadas. Mas para a operação acontecer, tem ocorrido uma importante evolução das estruturas regulatórias pelo mundo. Com a recente sinalização da Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos, que passou a considerar algumas stablecoins como valores mobiliários, o mercado recebeu um impulso normativo importante, algo que já repercute no Brasil e que traz ainda mais relevância para o assunto.

Diante dos fatos, desenvolver hoje uma stablecoin própria passa a ser hoje uma estratégia essencial para empresas que buscam inovar em suas interações com funcionários, fornecedores e clientes, um movimento concreto para substituir vales, créditos internos e bônus por ativos digitais auditáveis, interoperáveis e integráveis a diversos sistemas.


Dessa forma, mais do que uma simples alternativa de pagamento, as stablecoins estão se firmando como a “espinha dorsal” de um novo paradigma econômico, onde a confiança é convertida em tokens e ganha lastro não apenas em ativos tangíveis, mas também em sistemas auditáveis e flexíveis.

O futuro está na inteligência de adaptar sistemas financeiros às particularidades de cada companhia ou instituição, e é nesta toada que as stablecoins surgem como o elo entre as transformações tecnológicas e as institucionais.

Thiago Chaves Ribeiro é fundador e CEO da C9 Tech

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