Transformação digital e BPM: a jornada perfeita
Transformação digital pode ser entendida como a introdução da tecnologia digital em todas as áreas de negócio, fundamentalmente mudando a forma como a organização opera e entrega valor ao cliente, tendo como importante premissa uma mudança cultural interna que exige desafiar continuamente o status quo, abrir-se para experimentos e aceitar com naturalidade as falhas.
A transformação digital fecha o gap entre o que os consumidores digitais esperam e o que os negócios analógicos efetivamente entregam. Estamos falando de automação de operações, de pessoas e de novos modelos de negócios suportados por tecnologia e software que atuam como viabilizadores, mas não como direcionadores, e o segredo do sucesso está no alinhamento entre a tecnologia e a estratégia. Imperativo para todos os negócios, do micro ao mega, do público ao privado, é caminho obrigatório para manter a competitividade e relevância em um mundo que se torna aceleradamente digital.
Não se trata de mais um modismo, mas da inevitável e inadiável necessidade de repensar velhos modelos de operação, experimentando mais e tornando-se mais ágil na capacidade de dar respostas aos clientes e aos concorrentes. E o que BPM tem a ver com isso? Mesmo as mais básicas organizações funcionam por meio de processos, alguns com interfaces com o público externo (marketing, entrega, pós-venda etc) e outros com atividades predominantemente internas (produção, financeiro, RH etc). Ocorre que, em sua imensa maioria, esses processos não estão modelados e, menos ainda, automatizados. Isso significa que as engrenagens das organizações, que com a ajuda limitada dos ERPs mal conseguem atender às demandas do mundo analógico, estão completamente despreparadas para dar conta dos desafios da era digital.
O que mais se tem visto são iniciativas de transformação digital focadas em proporcionar facilidades para o cliente/consumidor/cidadão, sobretudo via transações disponibilizadas em aplicativos móveis, que logo em seguida revelam um novo gargalo decorrente da falta de automação dos processos de negócio, indispensáveis para dar suporte àquelas transações.
É justamente aqui que entra o BPM (Business Process Management) enquanto uma abordagem disciplinada para identificar, desenhar, executar, documentar, medir, monitorar, controlar e melhorar processos de negócio para alcançar resultados alinhados com as metas estratégicas da organização. Em síntese, a essência da transformação digital é a reorientação das organizações para que os processos de negócio deixem de ser focados internamente e passem a encarar o engajamento do cliente. E a habilidade para fazer isso no contexto organizacional explica por que BPM começa a ocupar um papel central nos esforços de transformação.
Por outro lado, uma nova geração de plataformas da classe BPMS deixou no passado a complexidade das gerações anteriores, proporcionando entregas rápidas (low code), com pouca preocupação com tecnologia e foco na solução do problema. A conclusão é que uma transformação digital efetiva deve começar com um salto cultural que inclua um cuidadoso exame e os devidos ajustes nos processos de negócio envolvidos. Incorporado logo no começo, o BPM dará efetividade às mudanças; se incorporado continuamente, os esforços serão verdadeiramente transformativos.
(*) CEO da INFOX Tecnologia da Informação, empresa responsável pela concepção e criação do Sistema de Processo Judicial Eletrônico (PJe) e da plataforma INFOX BPM.