Segurança

Anchises Moraes: Ataques hackers acontecem porque o básico está sendo mal feito

A carência de profissionais na área de tecnologia é um problema de escala mundial, que no Brasil é agravado pela formação deficiente em capacidades relacionadas à segurança cibernética. Com pouco ou nenhum conteúdo de segurança nos cursos tradicionais, o que leva à repetição de erros já superados. 

“A gente tem um problema básico de educação para segurança. Raro encontrar faculdade de tecnologia, de análise de sistemas, etc, que tenha segurança entre as disciplinas. O profissional de desenvolvimento vai para o mercado cru do ponto de vista de segurança. Então, toda experiência que existe de prevenção desde os anos 1980 não é usada”, destacou o ciber evangelista do C6 Bank, Anchises Moraes. 

O tema foi discutido nesta terça, 12/4, na Live “Sociedade Conectada e a Segurança Cibernética”, promovida pelo portal Convergência Digital e pela Dell Technologies. Segundo Anchises Moraes, o resultado dessa preparação falha em capacidades de segurança da informação pode ser visto na rotina de incidentes em empresas e instituições públicas. 

“Se fizermos o básico, boa parte dos ataques não acontece. É o feijão com arroz bem feito. É lógico que tem hacker sofisticado, que vai fazer um vírus que nem a NASA consegue evitar. Mas a grande maioria do que vemos no dia a dia acontece por erros básicos”, disse Moraes. “Um exemplo simples é o golpe pelo Whatsapp. Todos os dias sai notícia disso, e todos os dias parentes e amigos seguem dando dinheiro para o golpista. As pessoas não fazem um movimento básico para checar, é uma fragilidade no ser humano.”

Como alertou, além do grande déficit de profissionais, a migração forçada e rápida para o teletrabalho a partir da pandemia de Covid-19 mudou até a concorrência pelos escassos recursos humanos. “Com o home office, a gente está perdendo pro exterior. O empresário brasileiro  querer voltar para o físico, para o presencial, mas os profissionais não querem e estão sendo contratados para continuar no home office para empresas lá de fora.”


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