Ataques ransomware em escala fazem os seguros ficarem mais caros
As notificações referentes a ataques cibernéticos contra empresas brasileiras cresceram 220% no primeiro semestre deste ano em comparação com o mesmo período de 2020. Os dados levam em consideração as informações sobre ataques comunicadas à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). E uma das consequências dos ataques cada vez mais frequentes foi o aumento no valor das apólices de seguro. Indenizações pagas pelas seguradoras nos sinistros de ataques cibernéticos foram 39 vezes maiores no ano passado comparado com 2019.
O levantamento dos dados da CVM apontou que as companhias de energia elétrica foram as empresas que mais sofreram com atividades hackers, com seis notificações ao todo. O setor de saúde foi o segundo mais afetado pelas invasões, sendo, à época, todas as cinco intimações feitas pelo Grupo Fleury. Só os ataques de “ransonware”, o sequestro de dados com exigência de resgate financeiro, cresceram 85% no País no primeiro semestre de 2021.
O impacto nos seguros foi sensível. Até o ano passado, a taxa média era de 1,5% sobre o valor contratado para cobertura. Em 2021, está variando entre 2,5% e 4,5%. “O que pesa no custo é a maturidade da empresa em relação à gestão do risco cibernético. Antes as seguradoras enviavam um questionário simples para avaliação de risco. Agora, são dois questionários complexos, com o objetivo de analisar desde os equipamentos existentes, como servidores e backups, até a governança da empresa em relação à utilização do sistema pelos funcionários”, avalia Enzo Ferracini, VP de Specialty da THB Brasil, corretora com atuação global.
Segundo ele, “os ataques cibernéticos estão cada vez mais sofisticados com consequências cada vez maiores em perdas financeiras. As quantias exigidas no caso de sequestro de dados, em alguns casos, são cifras milionárias que podem levar até ao fechamento da empresa. Por este motivo as seguradoras estão muito cautelosas nas avaliações, buscando entender ao máximo cada empresa antes de assumir seus riscos cibernéticos”.