Segurança

Brasileiro se irrita com a venda dos seus dados às empresas

O compartilhamento de dados incomoda a mais de 80% dos brasileiros, sendo que a maior parte deles – 42% – temem o acesso não autorizado ás informações e 32% se ressentem do roubo de identidade, afirma o Unisys Security Index 2020, divulgado pela Unisys nesta quarta-feira, 24/6. A fraude bancária assusta a 53% dos brasileiros, principalmente nessa etapa de isolamento social provocado pela Covid-19.

“É até incoerente. O brasileiro tem medo de ver seu dado vendido a uma empresa, mas participa, de graça, de brincadeiras de se fazer velho ou trocar de sexo, quando esses aplicativos coletam e muito dados pessoais”, afirmou o presidente da Unisys Brasil e CFO da América Latina, Maurício Cataneo. A nuvem, aponta o estudo, conquista a confiança do brasileiro e quase metade- 49% – acredita que os provedores de nuvem tomam as medidas corretas de segurança.

Embora as preocupações com a segurança do Brasil tenham aumentado em todas as áreas, o país tem a pontuação mais baixa entre os países em desenvolvimento avaliados, incluindo os da América Latina: México (212), Colômbia (217) e Chile (218). Em geral, a atenção à segurança digital dos mercados emergentes cresce – Filipinas (238) e Índia (223) lideram o ranking -, enquanto a dos mercados desenvolvidos está diminuindo. Neste ano, o índice brasileiro é mais alto que o de Estados Unidos (159), Austrália (157), França (156), Bélgica (144), Reino Unido (144), Nova Zelândia (136) e, os dos últimos, Alemanha (122) e Holanda (100).

O índice de segurança financeira, por exemplo, cresceu 12 pontos, atingindo 203 neste ano, a maior apreensão dos brasileiros já identificada. Em segundo lugar, vem a segurança pessoal, com 202 pontos, dois a mais que no ano passado. Já a segurança da internet cresceu 6 pontos, chegou a 200 e ficou em terceiro entre as maiores preocupações dos brasileiros. Por último, mas com crescimento significativo de 9 pontos em relação a 2019, ficou a segurança nacional, com 185 pontos, impulsionada pela preocupação com desastres e epidemias.

“Notadamente, fraudes bancárias, roubo de dados pessoais e invasões cibernéticas são as grandes preocupações nacionais, fazendo da proteção de informações um assunto que deve ser priorizado por governos, empresas e consumidores brasileiros. Em meio a desafios econômicos impostos pela crise da pandemia, os brasileiros estão cada vez mais preocupados com sua capacidade de atender obrigações financeiras e preocupados com fraudes”, reforça Cataneo.


Estudo mais antigo de preocupações com segurança do consumidor conduzido globalmente, o Unisys Security Index mede as percepções do consumidor em quatro categorias: segurança pessoal, financeira, nacional e na Internet. O Brasil alcançou 197 pontos em um máximo de 300, um crescimento de sete pontos em relação a 2019 – o maior aumento dos 15 países avaliados e a maior pontuação do país desde 2013. Já o índice médio global do USI 2020 é de 175 pontos pelo segundo ano consecutivo, o nível mais alto em 14 anos. Com entrevistas realizadas entre​ 16 de março e 5 de abril de 2020, o USI 2020 identificou as consequentes incertezas econômicas e agitação social decorrentes da crise.

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