Cada R$ 1 em fraude custa R$ 4,49 a instituições financeiras no Brasil
Um levantamento da empresa de análise de risco americana LexisNexis Risk Solutions mostra que cada R$ 1 em fraude custa na verdade R$ 4,49 para os bancos e fintechs. Estes custos adicionais incluem perdas financeiras devido à fraude, bem como despesas trabalhistas internas, custos externos, custos legais e taxas de recuperação,além das despesas associadas à substituição ou redistribuição de mercadorias perdidas ou roubadas – este último somente no caso do varejo, segmento que também foi pesquisado no estudo.
Com requisitos regulatórios mais abrangentes e o ônus das investigações e multas, o custo total das fraudes é ainda maior para as instituições financeiras”, aponta o estudo. O custo no Brasil é menor que no México (R$ 5,27 por cada R$ 1 desviado) e no Chile (R$ 4,91), e em linha com o da Colômbia (R$ 4,48).
No Brasil, 59% das empresas relataram um aumento nas fraudes nos 12 meses anteriores à pesquisa. Os tipos de crime que mais crescem são estornos fraudulentos, golpes em geral, fraudes de pagamento com QR Code, revisões e avaliações falsas e fraudes em transações móveis. Na América Latina em geral, a maior parte dos golpes acontece na criação de novas contas (46%), seguida do login nas contas existentes (30%) e depósitos ou distribuições de fundos (25%).
O estudo aponta que, embora a rápida adoção de pagamentos digitais melhore as experiências de pagamento, ela também expõe numerosos sistemas e canais a ataques mais inovadores. Em toda a América Latina, os canais digitais são responsáveis por 51% das perdas globais por fraude, superando a fraude física pela primeira vez.
“É evidente que novas formas de fraude aumentam o risco de perdas financeiras para consumidores e empresas”, diz Rafael Costa Abreu, diretor de fraude e identidade da LexisNexis para América Latina. A fraude afeta significativamente a forma como os clientes percebem e interagem com as empresas. No Brasil, 78% dos entrevistados relatam que a fraude influenciou a satisfação do cliente.
“Os clientes que são vítimas de fraudes ou que consideram que uma empresa está vulnerável a atividades fraudulentas perdem a confiança na capacidade da organização de proteger suas informações pessoais e de pagamento, o que pode, em última análise, levar a uma conversão mais baixa”, explica o estudo.
Questionados sobre os fatores que tornam a verificação da identidade do cliente um desafio no canal on-line, 57% apontam a dificuldade do equilíbrio da velocidade de aprovação com o atrito/abandono do cliente antes da conclusão da transação. Outros 52% citam capacidade limitada para confirmar a localização do pedido. E 49% mencionam acesso limitado ou ausente a fontes de dados de terceiros em tempo real.
O estudo conduziu uma pesquisa com 218 tomadores de decisão em gestão de fraudes em instituições financeiras e empresas de varejo na América Latina. As perguntas da pesquisa referem-se a um período de 12 meses. O levantamento foi conduzido pela Forrester Consulting, em nome da LexisNexis.