COP 30: Sites falsos de governo, hotéis e empregos roubam dados pessoais e financeiros
Páginas simulam inscrições no evento, roubam cartões de crédito com falsas reservas de hospedagem e também ofertas de voluntariado.

A COP 30 virou arma de cibercriminosos. Mais de 30 sites fraudulentos utilizam o nome da conferência sobre o clima para roubar dados pessoais, credenciais de acesso e informações financeiras de participantes, jornalistas, autoridades e público em geral.
Segundo a empresa de segurança digital Kaspersky, o Brasil vive um momento recorde de ataques de phishing — técnica que engana o usuário para que ele entregue suas informações. Apenas em 2025, o país registrou aumento de 80% nas detecções desse tipo de golpe, totalizando cerca de 1,5 milhão de tentativas. O avanço, afirma a empresa, está relacionado à automação de fraudes com uso de inteligência artificial, que facilita a criação de páginas visualmente idênticas às oficiais.
“A COP30 é o evento perfeito para ataques digitais: possui relevância global e um grande volume de comunicações oficiais, o que dificulta a diferenciação entre conteúdo legítimo e fraudulento”, explica Fabio Assolini, diretor da Equipe Global de Pesquisa e Análise da Kaspersky para a América Latina. “A IA está sendo usada para deixar os sites falsos praticamente idênticos aos verdadeiros. O cuidado do usuário precisa ser redobrado.”
Três tipos de armadilhas foram identificadas. Primeiro, falsos sites governamentais, com páginas em português e inglês que imitam órgãos oficiais e prometem inscrições ou credenciamentos para o evento. O objetivo é coletar nome, e-mail, documentos e outros dados sensíveis, que depois podem ser usados em novos golpes ou para roubo de identidade.
Também há sites falsos de hospedagem, nos quais golpistas reproduzem plataformas de reserva de hotéis, visando vítimas que buscam acomodação em Belém. Além de dados pessoais, essas páginas solicitam informações bancárias, como número do cartão, CVV e validade, gerando risco direto de perdas financeiras.
Além desses, há formulários falsos para vagas de voluntariado. São páginas que simulam processos de seleção para atuar na conferência. Elas solicitam dados detalhados — incluindo documentos digitalizados — que podem ser utilizados para abertura de contas falsas, compras ou outros crimes de estelionato.





