Segurança

Crimes na Web: Formjacking vira pesadelo para empresas e muito lucrativo para hackers

Diante da redução dos retornos provenientes de ransomware e cryptojacking, os criminosos cibernéticos têm recorrido a métodos alternativos, como o formjacking, para ganhar dinheiro, de acordo com o Internet Security Threat Report (ISTR), Volume 24, da Symantec. Segundo a fabricante, os ataques de formjacking são simples (essencialmente, como roubos virtuais de caixa eletrônico), com criminosos cibernéticos injetando código malicioso em sites de lojas, para roubar informações sobre os cartões de pagamento dos clientes. Em média, mais de 4.800 sites únicos são comprometidos por código de formjacking todos os meses.

A Symantec bloqueou mais de 3,7 milhões de ataques de formjacking contra endpoints em 2018, com quase um terço de todas as detecções ocorrendo durante o período mais movimentado do ano em compras online, entre novembro e dezembro. Embora os sites de pagamentos de algumas empresas conhecidas, incluindo a Ticketmaster e a British Airways, tenham sido comprometidos por código de formjacking recentemente, a pesquisa da Symantec revela que as lojas pequenas e médias são as mais comprometidas.

Em estimativas conservadoras, os criminosos cibernéticos podem ter se apropriado de dezenas de milhões de dólares no ano passado, roubando informações pessoais e financeiras dos clientes, por meio de fraudes com cartão de crédito e vendas na dark web. Apenas 10 cartões de crédito roubados de cada site comprometido poderiam render até U$ 2,2 milhões por mês, com um único cartão de crédito, alcançando o preço de U$ 45 nos fóruns de vendas ilegais. Com mais de 380.000 cartões de crédito roubados, apenas o ataque à British Airways pode ter permitido que os criminosos lucrassem mais de U$ 17 milhões. “O formjacking é uma ameaça séria, tanto para as empresas como para os clientes”, adverte Greg Clark, CEO da Symantec.

Ainda de acordo com o levantamento, nos últimos anos, o ransomware e o cryptojacking foram os métodos mais usados por criminosos cibernéticos em busca de dinheiro fácil – os criminosos aproveitam o poder de processamento roubado e o uso da CPU de clientes e empresas, na nuvem, para minerar criptomoedas. Porém, em 2018 houve uma redução de retorno e, consequentemente, desse tipo de atividade. Esses ataques se tornaram menos eficazes principalmente devido à queda dos valores das criptomoedas e da adoção crescente da nuvem e da computação móvel.

Pela primeira vez desde 2013, as infecções por ransomware diminuíram, caindo 20%. Apesar disso, as organizações não devem baixar a guarda. As infecções por ransomware em empresas saltaram 12% em 2018, contrariando a tendência geral de queda e demonstrando que o ransomware continua sendo uma ameaça contínua às empresas. De fato, mais de oito em cada dez infecções por ransomware são em empresas.


O relatório também apura que, embora as atividades de cryptojacking tenham chegado ao ápice no início do ano passado, elas diminuíram em 52% ao longo de 2018. Mesmo com o valor das criptomoedas caindo 90% e perdendo lucratividade, o cryptojacking ainda é atraente para os invasores, devido à facilidade dos ataques, sobrecarga mínima e anonimato que oferece. A Symantec bloqueou mais de 3,5 milhões de eventos de cryptojacking em endpoints apenas em dezembro de 2018.

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