Segurança

Defesa já investiu em 1.200 cursos para formar em segurança cibernética

O Comando de Defesa Cibernética do Brasil completa seu terceiro aniversário nesta segunda-feira, 15/4, em uma implementação sustentada na articulação e colaboração para garantir a proteção das infraestruturas críticas do país. E sustentada em investimentos diretos em formação e qualificação de pessoal. Desde 2015, já são mais de 1,2 mil cursos para militares das três Forças.

“Começamos a estudar e nos capacitar e a aprender o que é isso desde 2010.  E desde 2015, quando o núcleo foi ativado, já foram contratados mais de 1,2 mil cursos para militares das três Forças. E houve um estudo muito completo e detalhado para definir as trilhas de conhecimento, as trilhas formativas, definindo os perfis de profissionais que precisamos. São 10 perfis com gestores de rede, operadores, etc. E cada perfil desse leva a um caminho de capacitação, que pode ser feito internamente às Forças ou contratar isso na rede especializada”, revela o comandante de defesa cibernética do Brasil, general Guido Amin Naves.

A qualificação é peça fundamental e por isso mesmo acaba de ser criada a Escola Nacional de Defesa Cibernética, evolução do núcleo mencionado pelo general Amin. Ali serão ministradas as trilhas de conhecimento no que se pretende uma faculdade reconhecida em graduação e pós graduação. Mas como ressalta o general, a outra perna está na articulação entre as áreas responsáveis por infraestruturas críticas do país.

“A transversalidade do espaço cibernético leva a um grande numero de atores interessados nessa questão. Cada um tem sua própria linha de comando e subordinação. É difícil estabelecer um órgão que possa ter realmente um comando sobre toda essa estrutura. Por isso que uma das palavras mais importantes quando se trata de segurança da informação, defesa cibernética, é a colaboração”, resume.

Como explica, o desenho institucional não coloca o ComDCiber à frente das infraestruturas, mas leva à articulação. “Somos o órgão central, mas interagimos com o nível nacional, particularmente na questão da cooperação e integração na proteção das infraestruturas críticas. Não somos responsáveis pela proteção das infraestruturas críticas. Mas não podemos nos furtar a cooperar com essa segurança para elas integrarem esse esforço de todo o Estado brasileiro em última análise”.


Um dos principais instrumentos para essa colaboração é o chamado Exercício Guardião Cibernético, no qual a ComDCiber simula ataques para avaliar as capacidades de defesa. Em 2018, os bancos e o setor nuclear inauguraram o sistema. Agora, serão as redes de energia e de telecomunicações que estarão na mira. A preparação, ressalta, é fundamental. “Não posso falar sobre isso, mas os incidentes acontecem todos os dias. Posso garantir que neste minuto alguma coisa está acontecendo. O desafio é saber o quanto antes.”

Por enquanto, é uma atividade realizada na própria sede do ComDCiber, mas a demanda é maior. “Estamos discutindo agora a questão um pouco além. Dada a demanda reprimida de participação, queremos fazer participação remota. Porque todo o exercício é conduzido com um apoio de um simulador onde num ambiente seguro e segregado da internet podemos emular as redes e simular intrusões, vulnerabilidades. Hoje fazemos com presença física. Mas com funcionamento remoto poderemos aumentar a participação.”

Os três anos do ComDCiber neste 15/4 coincidem com a realização do 3º Fórum Ibero-Americano de Defesa Cibernética, criado em 2016 com a proposta de incrementar a integração de segurança digital entre as 10 nações que o constituem – Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, Espanha, México, Paraguai, Peru, Portugal e Uruguai. Nesta edição, que vai até 17/4, o Brasil vai assumir o secretariado do Fórum por um ano.

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