Dois estonianos presos por fraude global de R$ 3 bilhões com criptomoedas
A polícia da Estônia prendeu dois homens suspeitos de executar um golpe de criptomoeda de US$ 575 milhões (R$ 3 bilhões) envolvendo centenas de milhares de vítimas.
A polícia da Estônia investigou o caso com o FBI, e as autoridades dos EUA querem extraditar a dupla – os estonianos Sergei Potapenko e Ivan Turogin.
Os dois de 37 anos supostamente conseguiram que as pessoas investissem em um serviço de mineração de criptomoedas chamado HashFlare e em um banco virtual falso chamado Polybius. Uma acusação dos EUA foi emitida.
Uma declaração do Departamento de Justiça dos EUA (DoJ) diz que a dupla é acusada de fraude eletrônica e conspiração para cometer lavagem de dinheiro – crimes puníveis com até 20 anos de prisão.
Os réus compareceram ao tribunal na capital da Estônia, Tallinn, e estão detidos aguardando extradição para os EUA, diz o comunicado.
Não houve comentários imediatos de seus representantes.
Dando detalhes do suposto esquema, o DoJ diz que as duas vítimas fraudaram, oferecendo-lhes a chance de comprar as operações de mineração de criptomoedas da HashFlare.
A mineração de criptografia usa computadores para gerar moedas virtuais com fins lucrativos – um processo que consome quantidades significativas de poder de computação.
Dizem que clientes em todo o mundo compraram mais de meio bilhão de dólares em contratos HashFlare de 2015 a 2019. Mas a operação supostamente exagerou suas capacidades.
O DoJ alega que também foram prometidos dividendos às vítimas se investissem no Polybius, um banco virtual que Potapenko e Turogin disseram ter criado.
Diz-se que os réus levantaram US$ 25 milhões dessa forma – mas nenhum banco jamais foi formado.
Eles usaram empresas de fachada para lavar os lucros do crime, comprando pelo menos 75 propriedades e carros de luxo, diz o DoJ.
Oskar Gross, do departamento de crimes cibernéticos da polícia da Estônia, descreveu a investigação conjunta – que envolveu 100 pessoas, incluindo 15 do lado americano – como “longa e vasta”.
Foi “um dos maiores casos de fraude que alguma vez tivemos na Estónia”, afirmou esta segunda-feira, citado pela agência noticiosa ERR da Estónia.
As autoridades do país também alertaram que a tecnologia “ampliou o risco de fraude”.
O caso ocorre em um momento de grande nervosismo no mercado de criptomoedas, após o colapso da segunda maior exchange de criptomoedas do mundo, a FTX.
A empresa entrou com pedido de falência nos EUA na semana passada e deve a seus 50 maiores credores quase US$ 3,1 bilhões (£ 2,6 bilhões), de acordo com um processo judicial.