Embratel: Sem segurança, a transformação digital corre risco de fracassar
A proliferação de dispositivos conectados à internet, principalmente após a chegada das redes 5G, aumenta a preocupação das empresas com relação à segurança cibernética. Ao participar de painel no Futurecom, que ocorre esta semana em São Paulo, Yanis Stoyannis, gerente de Consultoria e Inovação em Segurança Cibernética da Embratel, ressaltou que a segurança é ainda mais importante em um cenário de transformação digital e inovação.
“Hoje temos 20 bilhões de dispositivos conectados e a tendência é aumentar [este número]. Para suportar toda esta alta densidade de dispositivos, é preciso ter novas tecnologias e aí entra o 5G”, afirmou Stoyannis. Ele lembrou que as empresas estão integrando cada vez mais tecnologias distintas, com circuitos conectados, e que a tendência segue na direção de desacoplar hardware e software, além de virtualização de rede. “Falhas em software permitem ataques remotos; todas essas vulnerabilidades criam problemas de segurança”, disse.
Para ele, as áreas envolvidas no processo de transformação digital das companhias não estão atentas como deveriam aos riscos. “É preciso ter comitê específico de segurança para debater os riscos associados às novas tecnologias; é preciso mensurar os riscos para tratá-los de forma eficiente, saber como mitigá-los e como reestabelecer o ambiente de forma rápida.”
Também participando do painel, Mika Lauhde, vice-presidente Global de Cibersegurança e Privacidade na Huawei, destacou que o conceito de Internet das Coisas existe há 15 anos, mas que há uma evolução e ainda levará anos para a sua massificação. “IoT não vem em um dia só; não haverá um pulo, salto, vai levar dezenas de anos. E chegará um ponto quando teremos 5G, mas isto é um progresso. E nem todos os dispositivos precisarão do mesmo nível de segurança”, disse.
A Volvo possui cerca de 1 milhão de ativos conectados e já tem veículos saindo de fábrica conectados. Segundo explicou Alexandre Vargha, gerente-líder de Projetos na Volvo, a privacidade dos clientes é uma das principais questões endereçadas pela companhia. “Temos de ter um cuidado muito grande em relação ao nível de informação que recebemos”, disse. A Volvo começou com estrutura embarcada nos veículos e as informações coletadas são enviadas a ambientes na nuvem, o que adiciona complexidade à gestão dos dados.
“É importante entender informação como ativo. Quando entregamos um veículo nosso, tem um termo em que o cliente aceita o fato que de que a informação dele está sendo levada para ambiente em nuvem e pode ser tratada”, explicou. “A informação é ativo e, quando o ativo é compartilhado, temos de ter olhar diferenciado.”
Para Stoyannis, da Embratel, é necessário haver um padrão da indústria para segurança dos dispositivos em IoT. “Hoje, com a evolução de edge computing, colocamos a inteligência mais próxima da ponta. É preciso construir sistemas de proteção de ataques de negação de serviços”, completou. Assista à entrevista em vídeo.