Espanha desbarata quadrilha que usava malware brasileiros para roubar Internet Banking
A Guarda Civil espanhola anunciou o desmonte de um grupo especializado em fraudes financeiras pela Internet ao prender 16 pessoas ligadas às operações dos trojans bancários Grandoreiro e Melcoz – malware brasileiros para roubar o Internet Banking. Ao total, a polícia bloqueou operações financeiras que somam 3,5 milhões de euros. Para os especialistas da Kaspersky que monitoram estes grupos, a operação é positiva, mas os bancos devem manter a vigilância, pois a ameaça não foi neutralizada.
Em julho do ano passado, os analistas de segurança da Kaspersky na América Latina anunciaram a internacionalização de quatro famílias de trojans brasileiros para o restante da região e outras partes do mundo, especialmente a Europa. Esta tendência foi seguida depois por mais três grupos: Amavaldo , Ghimob e Bizarro . De acordo com as detecções da empresa de segurança digital e privacidade, os dois grupos envolvidos na prisão na Espanha também distribuem os trojans no Brasil, Chile, México, Portugal, Espanha e Turquia.
A operação que resultou na prisão de 16 pessoas em diferentes cidades espanholas teve início quando os agentes de segurança bloquearam tentativas de transferência suspeitas em 68 contas de e-mail pertencentes a agencias oficiais. Desde então, eles conseguiram bloquear operações fraudulentas que somam 3,5 milhões de euros. Com a prisão, a policia conseguiu esclarecer 20 crimes que somam 276.470 euros, dos quais 87.000 euros foram recuperados.
“Infelizmente, os criadores dos trojans bancários são brasileiros, os indivíduos presos na Espanha são apenas os operadores locais. Em outras palavras, os criadores do Grandoreiro e Melcoz devem criar novas técnicas para evitar o rastreio policial que já existe agora e devem recrutar novos membros para retomar a operação no país”, adverte Fabio Assolini, analista sênior de segurança da Kaspersky no Brasil.
O executivo, sinaliza ainda, que se o objetivo é desmontar a operação, será necessária uma colaboração internacional para atingir o ponto central da ameaça. “Podemos fazer referencia à besta mitológica hidra – sempre que se cortava uma de suas cabeças, ela se regenerava e surgiam duas – é necessário atingir a cabeça principal. Temos condições de ajudar esta colaboração e queremos que ela aconteça”, conclui o analista.