Segurança

Hackers de aluguel avançam no mercado brasileiro

Um grupo de hackers de aluguel que já atacou mais de 3.500 pessoas e organizações, incluindo ativistas de direitos humanos, jornalistas, políticos e engenheiros de telecomunicações, está em plena atividade e tem o Brasil como alvo na América Latina, revelam pesquisadores da Trend Micro. Embora se autodenominem Rockethack, a empresa de segurança batizou o grupo de Void Balaur, em referência a uma criatura mítica do leste europeu que possui várias cabeças.

“Os mercenários cibernéticos são uma consequência infeliz da vasta economia atual de crimes cibernéticos”, disse Feike Hacquebord, pesquisador sênior de Ameaças da Trend Micro. “Dada a demanda insaciável por seus serviços e o fato de algumas nações abrigarem atacantes, é improvável que eles desapareçam tão cedo. A melhor forma de enfrentamento é a conscientização da indústria sobre a ameaça, por meio de relatórios como este, e pelo incentivo de boas práticas de segurança”, acrescentou.

Pelo menos desde 2018, o grupo tem anunciado apenas em fóruns de língua russa e acumulado avaliações unanimemente positivas. É focado em ganhar dinheiro com duas atividades relacionadas: invadir contas de e-mail e redes sociais; e obter informações pessoais e financeiras altamente sensíveis, incluindo dados de telecomunicações, registros de voos de passageiros, informações bancárias e detalhes sobre passaportes.

As taxas do Void Balaur para realizar tais atividades variam de cerca de US$ 20,00 para um histórico de crédito roubado ou fotos de câmeras de tráfego, a US$ 69,00 ou mais de US$ 800,00 para registros de chamadas telefônicas com localizações de torres de celular.

Os alvos globais incluem empresas de telecomunicação na Rússia, fornecedores de caixas eletrônicos, empresas de serviços financeiros, seguradoras médicas e clínicas de fertilização in vitro, conhecidas por armazenarem informações altamente sensíveis e potencialmente lucrativas. O grupo também foca em jornalistas, ativistas de direitos humanos, políticos, cientistas, médicos, engenheiros de telecomunicações e usuários de criptomoedas.


O levantamento da Trend Micro associou milhares de indicadores com o Void Balaur, que estão disponíveis para as organizações como parte da inteligência abrangente de ameaças. O grupo geralmente usa táticas de phishing para alcançar seus objetivos, o que inclui, muitas vezes, malwares de roubo de informações como o Z*Stealer ou o DroidWatcher. Esses criminosos digitais também se oferecem para hackear contas de e-mail sem a necessidade de interação do usuário; embora não esteja claro como isso é feito: se com a ajuda de pessoas internas ou por meio da violação de provedores de internet.

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