Segurança

Hackers roubaram R$ 20 bilhões em criptomoedas em 2022

Os roubos de criptomoedas totalizaram US$ 3,8 bilhões (R$ 20 bilhões) no ano passado, cifra recorde cerca de meio bilhão superior à registrada em 2021, quando cibercriminosos desviaram US$ 3,3 bilhões , de acordo com  relatório da Chainalysis. Segundo a empresa de análise e investigação de blockchains e finanças descentralizadas (DeFi), à frente da maioria dos roubos estiveram hackers ligados ao governo da Coreia do Norte.

O relatório aponta, contudo, que o hack para roubar criptoativos “fluiu e refluiu” ao longo do ano, com “grandes picos” em março e outubro. Outubro foi o mês com o maior número de hacking de criptomoedas, com US$ 775,7  milhões (R$ 4 bilhões) roubados em 32 ataques separados, diz a empresa. 

A maior parte dos desvios — cerca de US$ 3,1 bilhões (R$ 16 bilhões) —, segundo a Chainalysis,  foi obtida por meio da exploração de vulnerabilidades nos chamados serviços de bridge, usados para conectar diferentes blockchains, que fazem parte da infraestrutura financeira descentralizada (DeFi) da qual as criptomoedas dependem.

De acordo com um painel de especialistas que monitoram as sanções das Nações Unidas, a Coreia do Norte cada vez mais tem usado hackers para financiar seus programas de mísseis e armas nucleares, principalmente porque o comércio internacional com o país reduziu em razão das sanções aplicadas por países do Ocidente e bloqueios provocados pela Covid-19.

Além disso, segundo os especialistas da ONU, a Coreia do Norte parece ter adquirido uma expertise no roubo de criptoativos, com grupos de hackers ligados ao governo do país respondendo por US$ 1,7 bilhão (R$ 9 bilhões) do total desviado no ano  passado. Para contextualizar, o produto interno bruto da Coreia do Norte gira em torno e US$ 29 bilhões (R$ 150 bilhões).


Em setembro do ano passado, por exemplo, US$ 30 milhões (R$ 155 milhões) em criptomoedas roubadas foram apreendidas do grupo hack norte-coreano Lazarus. Os EUA aplicaram uma sansão ao Tornado Cash, aplicativo que oculta transações envolvendo a criptomoeda Ethereum, que se tornou popular com traders que desejam manter sua privacidade, por lavar fundos criptográficos para o país. 

Os hackers do Lazarus também estavam por trás do hack de US$ 100 milhões (R$ 515 milhões) à blockchain Harmony e várias pessoas foram acusadas de ajudar a Coreia do Norte com serviços de criptomoeda.”Não é exagero dizer que o hacking de criptomoedas é um pedaço considerável da economia do país”, disse a Chainalysis. A boa notícia, segundo a empresa, é que os hacks de criptomoedas tendem  a ficar mais difíceis e menos frutíferos a cada ano que passa.

“Embora os hackers ligados à Coreia do Norte sejam indubitavelmente sofisticados e representem uma ameaça significativa para o ecossistema de criptomoedas, a capacidade das agências de segurança nacional e de aplicação da lei de revidar está crescendo… esperamos mais histórias desse tipo nos próximos anos, em grande parte devido à transparência da cadeia de blockchain. Quando cada transação é registrada em um livro público, isso significa que a aplicação da lei sempre tem um rastro a seguir, mesmo anos após o fato, o que é inestimável à medida que as técnicas de investigação melhoram com o tempo”, finaliza.

* Com informações do CISO Advisor

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