Integração de esforços na TI desafia a área de segurança pública
A tecnologia não apenas mudou a prestação dos serviços de segurança nas cidades, mas tornou-se parte vital dela. Como apontado nas diferentes experiências durante o Smarter Cities & Digital ID Forum, o uso de novos recursos é transformador, mas exige mudança de cultura.
“Ao final dos grandes eventos, Copa e Olimpíadas no Brasil, tínhamos os centros, mas faltava o aprofundamento daquilo que ele proporciona. Houve várias resistências, toda uma questão cultural, e a própria implementação das tecnologia”, destacou o coordenador-geral de Pesquisa e Inovação do Ministério da Justiça do Brasil, Cristiano Sampaio.
Ele passou diretamente pela experiência ao implementar o centro integrado do Distrito Federal, na capital do Brasil. “No caso de Brasília eram 23 instituições, cada uma delas com uma via tecnológica própria, sistema de atendimento, de despacho, de controle próprio. Mudar para tecnologia integrada exige esforço. Trazer as corporações para um trabalho integrado foi um grande avanço.”
Os benefícios, porém, não tardam a aparecer. Como revelou o subsecretário de proteção e cidadania do município de Tigre, na Argentina, Pedro Ridosz, os novos recursos permitem uso mais inteligente de informações pelos agentes e tomadores de decisões.
“Criamos mapas de calor que podem ser monitorados para o entendimento de onde o policiamento deve agir, qual a melhor estratégia para melhoria da segurança. Em 2018 criamos centro de segurança, um local onde todos os diferentes órgãos de segurança podem se comunicar 24 por 7, são bombeiros, policiais, serviço de emergência, hospitais, todos participando com um sistema integrado na cidade”, contou Ridosz.
“Quando alguém aciona um serviço de emergência, o operador que olha o sistema consegue ver o alerta e acionar o órgão necessário. Pode ser um carro de patrulha, pode enviar uma ambulância, a polícia. Por isso o sistema precisa atuar de forma integrada”, completou.
No caso do Equador, o centro integrado cobre toda a nação. “Temos cobertura em todo o país, além de um sistema para as Ilhas Galápagos, de forma que seja bastante abrangente e possa mitigar qualquer situação. Esse sistema, ECU 911, tem interconectividade na troca de dados em vários níveis, incluindo subsistemas, entre os quais vale mencionar a resposta a qualquer chamada da população. O sistema também permite fazer avaliação, com análise de dados”, relatou o subdiretor de doutrina do ECU 911, Marco Garnica. Além de diferentes acordos com variadas instituições, o executivo destacou que no campo tecnológico o sistema como um todo privilegia soluções abertas e de fácil integração de sistemas.