Kaspersky define 5G como instigante e prioriza Centro de Transparência do Brasil
Em live realizada nesta terça-feira, 20/04, o fundador da Kaspersky, Eugene Kaspersky, disse que o próximo país a ter um Centro de Transparência será o Brasil. Ele garantiu que a iniciativa foi paralisada pela pandemia de Covid-19, mas é prioridade. O Brasil, aliás, foi campeão mundial de envio de phising e tem sofrido com os ataques de ransomware. Sobre o futuro próximo, Kaspersky define o 5G como muito preocupante. “Tudo vai estar conectado. E estamos preparados para gerenciar diversos objetos conectados? Eu asseguro que não estamos!”, afirmou o especialista.
Fabio Assolini, pesquisador sênior de segurança da Kaspersky, lembra que o 5G vai explodir o uso dos endereços IPv.6 para objetos conectados e Internet das Coisas vai crescer mais ainda. E a resposta dos cibercriminosos será imediata. “Os ataques DDoS vão explodir ainda mais. Vamos ter muitos problemas se a segurança não conseguir mitigar o risco desses ataques logo no começo”, pontua. E aqui, cloud computing tem papel estratégico. “É preciso proteger o dado como se faz em outros sistemas e isso não está sendo feito. Quando se vai para a nuvem, há um relaxamento na segurança e não pode. As empresas têm responsabilidades de proteger o dado”, adiciona.
Apesar de a Kaspersky considerar o 5G um item de preocupação máxima, pesquisa feita pela companhia mostrou os ransomwares e cyber threats à frente na lista dos gestores. Criados há 20 anos, os ransomwares tiram o sono e provocam perdas. O dono da Kaspersky tem uma explicação. “Os cibercriminosos acompanharam a evolução da tecnologia. E mais: há uma grande cooperação entre os cibercriminosos. Cooperação que não existe entre os que têm de se unir para combater as ações dos cibercriminosos”, disse.
Fabio Assolini, pesquisador sênior de segurança da Kaspersky, observou ainda que a América Latina terá um 2021 de muitos ataques por conta da digitalização dos serviços públicos. Segundo ele, os governos foram obrigados a embarcar ainda mais rápido na oferta dos serviços digitais, mas os sistemas ainda não são protegidos adequadamente. “Boa parte só parte para a segurança mais efetiva depois de um incidente ou de um ataque que paralisa as atividades, o que não é a política correta”, reforça.
No seu estilo despojado, Eugene Kaspersky diz entender o porquê de compliance de segurança ocupar o último lugar da lista de prioridade dos gestores de segurança. Segundo ele, as organizações não gostam de terem normas e regras impostas pelos governos. “Há, sim, uma rejeição a tudo que é obrigatório e possa causar problema”, afirma. Mas adverte: a privacidade é uma preocupação global e a empresa que não investir na proteção dos seus dados corre sério risco de ficar fora do jogo.