Mozilla: Carros conectados são a pior categoria de produtos em termos de privacidade
A Mozilla Foundation publicou nesta quarta, 6/9, uma análise de como as montadoras lidam com a privacidade dos dados coletados por carros conectados. Os resultados horrorizaram os pesquisadores: “carros são a pior categoria de produtos que já analisamos em termos de privacidade”, conclui a Mozilla.
A Mozilla analisou 25 marcas de automóveis e descobriu que todas elas coletavam muitos dados pessoais e de múltiplas fontes – monitorando não apenas quais botões são apertados ou o que é feito em qualquer um dos aplicativos do sistema de infoentretenimento, mas também dados de outras fontes, como rádio via satélite. ou mapas de terceiros. Ou mesmo quando se conecta um telefone – com a possibilidade de compartilhar todos os contatos com o carro via Bluetooth.
Embora alguns dados coletados pareçam inócuos ou até úteis – feedback para melhorar a ergonomia da cabine e as interfaces de usuário, por exemplo – alguns dados decididamente não o são.
Por exemplo, a política de privacidade da Nissan diz que pode coletar “informações pessoais sensíveis, incluindo número de carteira de motorista, número de identificação nacional ou estadual, status de cidadania, status de imigração, raça, origem nacional, crenças religiosas ou filosóficas, orientação sexual, atividade sexual, geolocalização precisa, dados de diagnóstico de saúde e informações genéticas”.
Segundo ainda o estudo da Mozilla, nada menos que 84% das 25 marcas analisadas disseram que podem compartilhar os dados e 76% disseram que podem vendê-los. E mais da metade afirma que compartilhará dados com o governo e as autoridades policiais mediante solicitação.
Os usuários têm muito pouco controle sobre o que essas marcas fazem com seus dados. Apenas duas das 25 marcas (Renault e Dacia) informam aos usuários que têm o direito de ter seus dados excluídos e nenhuma delas vende carros nos Estados Unidos.
O mau estado da segurança digital na indústria automobilística também não deveria surpreender; Em janeiro, informamos sobre vulnerabilidades generalizadas em vários OEMs que permitiriam que hackers nefastos acessassem informações pessoais de servidores ou até mesmo ligassem remotamente o motor de um carro. A Mozilla também não ficou impressionada, dizendo: