Segurança

MP diz que ataque hacker ao TJRS trouxe dano ‘quase irreversível’

O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul anunciou nesta segunda, 3/5, que parte dos sistemas voltou a funcionar, mas com instabilidade, após o ataque com sequestro de dados identificado na quinta, 29/4. 

“O Judiciário do RS informa o restabelecimento de mais alguns serviços aos usuários externos”, diz comunicado do TJRS. Estariam de volta o suporte operacional do Departamento de Informática, eproc (1º e 2º Graus), SEI, webmail, e videoconferências via plataformas PEXIP e BBB (Big Blue Button). 

No entanto, a mesma nota informa que “Metaframe e VPN seguem indisponíveis. Continua vedado o acesso remoto e o uso das estações de trabalho dentro da rede do Judiciário estadual. O DRS, sistema utilizado para gravação de audiências no 1º Grau, ainda não está operante”.

Segundo o procurador-geral do Ministério Público do Rio Grande do Sul, Fabiano Dallazen, mesmo investigações em curso estão prejudicadas, além de sistemas do cotidiano da segurança pública. 

“Temos um evidente prejuízo, não só dos processos, mas a funções essenciais do dia a dia da segurança pública. Estabelecimento de prisões em flagrante, deferimento de mandados de busca, investigações que dependem de ordens judiciais, da quebra de sigilo bancário ou telefônico. Tudo isso está prejudicado de uma forma quase que irreversível”. 


Na capital gaúcha, funcionários do Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada, Ceitec, ainda sob o impacto do ínicio das demissões em massa na estatal, apontam que parte dos problemas em consequência do ataque poderiam ser minimizados com o uso de tecnologia desenvolvida pela empresa, que o governo federal colocou em liquidação. 

“O Ceitec desenvolveu um selo eletrônico de documentos. Era uma solução off-line, baseada em certificado digital que usaria um RFID, nome interno ‘Copernicus’. Pois bem, na época contatamos diversos cartórios mas a coisa não foi para frente. Se houvesse adoção da solução Ceitec, hoje com o hackeamento do TJRS a verificação da autenticidade de documentos não estaria paralisada”, afirma o presidente da Associação dos Colaboradores do Ceitec, Silvio Luis Santos.

* Com informações da Zero Hora

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