PROTESTE reprova antivírus usados nos celulares brasileiros
Um levantamento feito pela PROTESTE, Associação de Consumidores, mostra que os antivírus para celulares deixam muito a desejar e nenhuma marca avaliada alcançou boa performance em todos os requisitos técnicos avaliados. Entidade avaliou 22 versões pagas e gratuitas de antivírus para celular. Apesar dos maus resultados, não dá para ficar sem um antivírus instalado no aparelho.
Foram avaliados somente antivírus para celulares com sistema operacional Android. Isso porque não há mobile security para aparelhos com iOS, já que esse sistema é fechado, impedindo a existência de um antivírus dificultando muito a ação dos malware. Aconteceram três testes para a análise da performance dos produtos. No primeiro, foram instalados 500 tipos de malware em celulares e, em seguida, foram rodados os antivírus para verificar quantos eles conseguiriam identificar.
O resultado deixou a desejar. Enquanto há produtos que detectam e bloqueiam praticamente todos (como o Eset, o Bitdefender e o GData), tem outros que deixam escapar a maioria das ameaças (o CM Security só percebeu 157 delas). No geral, boa parte não detecta nem 80% dos problemas.
No segundo teste, a situação foi ainda pior. Foram simulados 500 ataques de diferentes phishings, ou seja, os técnicos entraram em sites coletam dados do aparelho (inclusive, as senhas do usuário) para observar se os antivírus conseguiam perceber o perigo. Nesse caso, vale saber que nove antivírus informam que não atuam contra phishings, o que é inadmissível, já que esse tipo de ataque é muito perigoso. Um dos aplicativos testados que diz ter o serviço não identificou nenhum phishing sequer: o 360 Security. Nenhum antivírus conseguiu detectar a totalidade (o melhor foi o Kaspersky, que encontrou 372 phishings).
Na última análise da PROTESTE, foi feito o download de 50 diferentes tipos de arquivo contendo malware, com duas intenções: primeiro, ver se o antivírus detectaria a ameaça antes que o arquivo fosse definitivamente baixado, avisando para o usuário não prosseguir; segundo, checar se, após o download tendo conseguido ser feito, o antívirus pegaria o problema ao realizar o escaneamento (também chamado de varredura).
Resultado: 12 produtos não avisaram a ameaça imediatamente. O Bitdefender também detectou apenas um malware. Entre os que não detectaram, G Data e Kaspersky acabaram surpreendendo depois, ao apontarem, respectivamente, 44 e 43 malwares no escaneamento. O McAffe foi o melhor na primeira análise, que é a mais importante, alertando para 45 ameaças antes que o arquivo fosse baixado. E, após o download, ele ainda conseguiu detectar mais duas ameaças. Ou, seja, atingiu quase 100% de eficácia, se levar em conta as duas análises.
Três marcas pouco seguras
Outro aspecto importante no teste foi a privacidade dos dados. Foi avaliado se os antivírus, na hora da instalação, passam dados não criptografados para o servidor dos aplicativos. Isso aconteceu com as duas versões do Norton, McAfee, Avira, Avast e 360 Security. Os três enviaram informações sobre o número de série do aparelho aos seus servidores e de terceiros. Porém, os dois últimos, mandaram forma não criptografada.
No geral, os antivírus não são difíceis de instalar e não oferecem grandes dificuldades de uso. Também possuem uma configuração padrão aceitável na maioria dos casos. E a memória do celular não ficará muito comprometida com o aplicativo. O que mais consome memória RAM é o 360 Security (149 MB), mais que o dobro de vários modelos.O Lookout foi o que usou menos (24 MB).
Apesar dos resultados de desempenho terem desapontado, a PROTESTE, ressalta que é impossível não instalar um antivírus no celular. O recomendado pela entidade, mesmo não atendendo a todas as espeficiações, foi o ESET, onde a versão gratuita é quase tão boa quanto a paga.