Segurança

Só 25% dos estabelecimentos públicos de saúde têm política de segurança da informação

Apenas um em cada quatro estabelecimentos públicos de saúde que possuem política de segurança da informação. O percentual geral passou de 30% para 39% entre 2021 e 2022, mas isso se deve aos estabelecimentos privados, onde 50% possuem medidas. Os indicadores são melhores naqueles com mais de 50 leitos de internação (64%) e os de serviço de apoio à diagnose e terapia (56%).

Os dados fazem parte da pesquisa TIC Saúde 2022, lançada nesta segunda-feira, 5/12, pelo Comitê Gestor da Internet (CGI.br). Conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), a pesquisa mostra um crescimento no uso de tecnologias pelos profissionais de saúde, se comparado com o cenário anterior à pandemia. A teleconsulta foi utilizada para atender pacientes por 33% dos médicos e 26% dos enfermeiros no país.

Esse avanço dos meios digitais para atendimento é acompanhado por algum esofço de segurança da informação. No caso dos profissionais, mais de 60% dos que trabalham nos privados realizaram algum treinamento sobre segurança da informação – outro indicador inédito da pesquisa. No caso dos estabelecimentos públicos, essa proporção é inferior a 15%. Além disso, os profissionais dos estabelecimentos com internação e mais de 50 leitos (33% de enfermeiros e 68% de médicos) foram os que mais tiveram acesso a curso ou treinamento no tema, principalmente se comparados aos profissionais das UBS (13% de enfermeiros e 7% de médicos).

“Esses resultados evidenciam a necessidade de maior atenção e investimento por parte dos estabelecimentos de saúde em relação à segurança da informação, principalmente em um contexto de expansão do acesso a dados dos pacientes em formato digital”, avalia o gerente do Cetic.br, Alexandre Barbosa.

Outro ponto investigado pela pesquisa foram as ações adotadas pelos estabelecimentos ligadas à Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). A TIC Saúde 2022 mostrou que 41% deles promoveram campanha de conscientização interna sobre a legislação, um aumento de nove pontos percentuais na comparação com 2021, quando foram registrados 32%.


Mais uma vez, há disparidade entre os estabelecimentos públicos e privados no que diz respeito a medidas adotadas. Entre aquelas investigadas, a prática mais frequente foi a promoção de campanhas de conscientização interna sobre a LGPD (56% dos privados e 25% dos públicos), seguida pela nomeação do encarregado de dados pessoais (47% dos privados e 17% nos públicos) e implementação de um plano de resposta a incidentes de segurança de dados (43% dos privados e 17% dos públicos).

Nesta 9ª edição da TIC Saúde, as entrevistas ocorreram entre abril e outubro de 2022 com 2.127 gestores de estabelecimentos de saúde localizados em todo o território nacional. A pesquisa também entrevistou 1.942 profissionais de saúde.

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