Telecom

5G está dois anos adiantado, mas governo emperra rede privativa

"Já estamos com 2.024 municípios aptos a receber o sinal, e desses, 251 já contam com o sinal, o que só aconteceria em 2025", festeja o conselheiro Moisés Moreira, que lidera a implantação na Anatel.

A Anatel liberou nesta semana o uso das frequências do 5G em mais uma leva de cidades, somando mais de 2 mil onde as condições técnicas estão superadas e a oferta só depende do interesse das operadoras móveis em antecipar o calendário. Até aqui, o cronograma já foi antecipado em dois anos, como destaca o conselheiro Moisés Moreira, presidente do grupo que coordena a implantação da nova tecnologia. 

“Os resultados são excelentes. Estamos dois anos a frente do que era previsto. Já estamos com 2.024 municípios aptos a receber o sinal. Desses, 251 já contam com o sinal, o que envolve obrigações que só seriam cumpridas em 2025, mas que estão sendo cumpridas agora. O remanejamento e a mitigação estão em processo avançado, quase 90% concluído. E as fibras já foram lançadas em três das seis infovias e todas estarão construídas até o fim do próximo ano”, festejou Moreira, ao tratar do tema durante o Painel Telebrasil 2023. 

O presidente do Grupo de Acompanhamento da Implantação das Soluções para os Problemas de Interferência na faixa de 3,5 GHz, realizou na quarta, 13/9, a última reunião no comando do Gaispi – o mandato como conselheiro da Anatel termina em 5 de novembro próximo. Na reunião, mais uma centena de cidades em condições de receber o 5G nessa fatia do espectro foi autorizada a operar. 

Parte do trunfo do leilão do 5G, lembrou o conselheiro, foi viabilizar espectro para novos entrantes, empresas menores que começam a disputar mercado de telefonia celular em operações regionais. 

“Os 100 MHz que subtraímos do setor satelital foram importantes para permitir o quarto player, que são os blocos regionais. Eles compraram as frequências, estão implantando, não tão rápido, mas foi fundamental para a competição e para dar capilaridade a todo esse processo”, disse Moreira. 


Parte do leilão do 5G, porém, ainda depende do governo federal. Trata-se da rede privativa de comunicações seguras do governo. 

“Estamos cobrando informações necessárias para o andamento do projeto há 18 meses. Na semana passada, fizemos uma reunião extraordinário para autorizar a EAF soltar as RFPs para a rede móvel no Distrito Federal. E agora tivemos deliberações técnicas para a rede fixa. Mas estamos ainda aguardando informações importantes, principalmente o número de pontos e quais são os pontos da rede fixa”, disse Moreira. 

“O Ministério das Comunicações está interagindo com a Casa Civil, com o Ministério da Gestão, com o âmbito da Defesa. O Gaispi precisa dessas informações e tenho enfatizado isso de forma recorrente. O projeto tem prazo para terminar em 2024 e sabemos que o edital tem força de lei, temos que cumprir.”

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