5G x Parabólicas: Teles defendem filtros. TVs migração para a banda Ku
Como verificado na recém encerrada consulta pública da Anatel sobre o 5G, neste caso sobre o uso da faixa de 3,5 GHz, operadoras móveis e emissoras de TV retomam os papeis vistos no leilão da faixa de 700 MHz para o 4G e voltam a disputar posições na preparação de um novo edital de radiofrequências.
A cizânia circunda as antenas parabólicas, ou ainda, como garantir a convivência entre as aplicações do 5G nessa faixa e a recepção, especialmente residencial, que ainda utiliza a Banda C. Na consulta agora terminada, as emissoras de televisão afirmam que “não há outra solução capaz de efetivamente garantir a continuidade da recepção de TVRO e proteger os seus usuários em longo prazo, a não ser pela migração do TVRO para Banda Ku”.
As operadoras de telecom, por sua vez, destacam ser “bem conhecida a necessidade de adequação das antenas atualmente utilizadas para recepção de sinal satelital em faixas de radiofrequência que, em princípio, seriam ‘apenas’ relativamente próximas da faixa atualmente em discussão, mas que, em campo, foram instaladas sem os filtros que seriam necessários para a convivência harmoniosa entre as faixas envolvidas”.
As TVs argumentam que “não foi possível determinar requisitos técnicos para certificação de equipamentos de recepção de TVRO que tivessem comprovada viabilidade técnica e econômica, incluindo preço dos equipamentos certificados para os consumidores finais no varejo compatíveis com os preços dos equipamentos atuais”.
As teles apontam para a faixa de 3,5 GHz se “consolidando mundialmente como a faixa intermediária principal para o 5G”, “crítica para as operadoras”, “chave para impulsionar a economia brasileira” e que, “há um esforço mundial para a viabilização do 5G para capturar os benefícios trazidos por esta tecnologias e as demais adjacentes” e portanto, “o Brasil deve seguir esta tendência estratégica do 5G, buscando políticas que viabilizem a sua implantação a um custo adequado”.
Como visto lá atrás nos 700 MHz, esse custo é um nó significativo. No 4G, a conta retirou R$ 3,6 bilhões do preço da faixa, transformando em valor a ser financiado pelas vencedoras do leilão para a migração de transmissores e receptores para a TV Digital. No 5G, a migração da banda C para banda Ku tem estimativa que beira os R$ 3 bilhões. O “custo adequado” defendido pelas teles é mais perto da projeção para a mitigação com filtros, na casa dos R$ 500 milhões.