Abreu, da Oi: Não faz sentido vender somente parte da base de clientes
Em que pese as análises financeiras ainda em curso, uma eventual venda da carteira de clientes de fibra da Oi tende a ser feita por inteiro. Ou assim sinalizou o presidente da empresa, Rodrigo Abreu, durante apresentação dos resultados no terceiro trimestre, realizada nesta quinta-feira, 09/11.
“Estamos em fase de renegociação do plano [de recuperação judicial] junto aos credores e nossa contratação de advisors veio justamente por conta da necessidade de entendimento do que significam as opções estratégicas em relação a nossa participação de Clientco. Não existe definição, à priori, de tamanho, se é parcial ou se é total. Mas, obviamente, quando a gente pensa estrategicamente, não faz sentido vender pedaços de base, até porque é um business que depende da escala de base”, afirmou Abreu.
Em 25 de outubro, a Oi anunciou ter contratado Citigroup e BTG para avaliarem quanto vale a carteira de clientes de varejo de fibra, que encerrou o terceiro trimestre com 4 milhões de assinantes.
Como ressaltou Rodrigo Abreu, o movimento, ainda que inicialmente indicado para 2025, já era amplamente conhecido desde que a Oi apresentou um novo plano de recuperação, que já incluía a venda de participação na Vtal e na chamada ClientCo, unidade que concentra os clientes de fibra.
“Quando fizemos a primeira versão do plano, no inicio do ano, prevíamos que, no longo prazo, seria necessário para a companhia fazer movimentos não orgânicos, incluindo a venda de participação de Vtal e a venda de um pedaço de Clientco”, lembrou o executivo.
“Entendemos que, assim como a participação da Vtal, nossa operação de Clientco tem valor bastante significativo, é uma das maiores operações de fibra do Brasil. E vai nos ajudar no futuro a cumprir com as obrigações de pagamento de dívida e de uma estrutura que seja sustentável para virar de fato uma companhia normal”, reforçou o presidente da Oi.
Quando apresentou aquele plano inicial, a Oi projetou que a alienação de 40% da ClientCo renderia R$ 4,8 bilhões – o que significa valorizar 100% da base de clientes em R$ 12 bilhões.
“Todas as opções de um eventual processo de venda de ClientCo tem que vir lastreadas nas análises de mercado que estamos fazendo, de qual seria o potencial de valorização desse pedaço do nosso negócio olhando para a frente. Essas definições ainda não existem. Estão sendo feitos vários cenários, como parte das preparações do plano de recuperação”, disse Abreu.
A Oi terminou o terceiro trimestre com prejuízo de R$ 2,83 bilhões, resultado, especialmente, de R$ 2,48 bilhões em despesas financeiras. A dívida líquida da companhia somava R$ 22,7 bilhões no fim de setembro de 2023, 23,9% acima de um ano antes. A receita líquida somou R$ 2,42 bilhões, sendo R$ 1,1 bilhão com fibra.