Algar Telecom: ‘Temos muita rede para vender para o cliente’
2021 começou com a expectativa do fim da pandemia, com projeção de taxas de juros em 2,5% e uma inflação baixa, mas terminou com tudo diferente: pandemia ainda forte; os juros chegaram a 10% e a inflação e a desvalorização do real foram realidades, e ainda assim, foi um ano de crescimento e de consolidação para a Algar Telecom, afirmou ao Convergência Digital, o vice-presidente de finanças e relações com investidores da Algar Telecom, Tulio Abi-Saber.
O mais relevante, adicionou, foi o crescimento na base de clientes – 15% no ano – e na receita, 10% em média no ano, e 18% no quarto trimestre do ano passado. “Foi um ano muito pressionado e ainda tivemos e continuamos a ter e escassez global de componentes e equipamentos, ativos essenciais no setor de telecomunicações. Esse é um problema global, e ainda assim, crescemos, mostramos força no B2B”, adicionou o executivo. “2022 será um ano complexo. Temos eleições no Brasil, a economia está muito instável, os juros e a inflação seguem altas e, agora, temos uma ameaça de guerra na Ucrânia, que vai impactar muito se acontecer de fato, mas nossa projeção é que, de novo, vamos manter nossa base. Os investimentos da Algar em rede começaram em 2015 e estamos colhendo os frutos dessa estratégia”, reforçou.
O segmento B2B é prioridade absoluta. Tanto que responde por quase 65% da receita total da Algar Telecom. A rede nacional de fibra ótica chegou a 110 mil quilômetros e a incorporação da Vogel, comprada por R$ 600 milhões, está em fase final e será concluída ainda este ano. “Temos muita rede para vender para os clientes”, sustenta Abi-Saber. Tanto que a estratégia em 2022 será a de ativar clientes, o que permitirá um giro rápido, com expansão de receita. Com rede, a Algar Telecom segue reticente ao modelo de rede neutra. Muito cauteloso ao falar sobre o tema, Abi-Saber, diz que não é uma prioridade, neste momento.
Ciente de que 2022 será um ano complexo, a Algar Telecom recém-fez uma capitalização de R$ 1,050 bilhão, o que permitirá continuar investir em um atendimento customizado e diferenciado no B2B.”E apostando muito na inovação aberta. Na construção de soluções desenhadas para cada cliente”, destaca. Com relação ao 5G, voltado ao B2B e ao B2C, na sua área de atuação, a Algar Telecom já começou a oferta do serviço em Uberlândia, Uberaba e Franca, na área de atuação onde comprou as licenças, usando a faixa de 2,3 Ghz e aguarda a liberação para o uso da faixa de 3,5 GHz.
Resultados
A receita líquida cresceu 18,3% no quarto trimestre, atingindo R$ 711,6 milhões. Já ao longo de 2021, a empresa registrou receita de R$ 2,58 bilhões, sendo 10,1% acima de 2020. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) consolidado avançou 8,3% no ano, para R$ 1,11 bilhão.
Os investimentos foram de R$ 1,44 bilhão, 94,7% maior frente a 2020 – incluída na conta a compra da Vogel. Os recursos foram aplicados também na conexão de novos clientes e expansão da rede de fibras óptica. No B2B, a Algar alcançou no quarto trimestre do ano passado 183,7 mil clientes, 14,8% a mais que em 2020. O número de acessos fixos aumentou 24,6%, para 241,8 mil no período. Os acessos móveis tiveram alta de 66,2% no intervalo, chegando a 2,45 milhões.
Na área residencial (B2C), o número de clientes recuou 4,3%, para mais de 2 milhões. Em banda larga, ficou estável (+0,4%) em 506 mil, e no serviço móvel caiu 4,4%, para 1,09 milhão. Na telefonia fixa a queda foi de 9% (418 mil). A Algar afirma que os acessos em fibra já respondem por 93% do total na sua área de atuação.