Telecom

Anatel admite que haverá pressão para tirar a faixa de 6GHz do Wi-Fi

A pressão das operadoras de telecomunicações por mais espectro para serviços móveis vai marcar a Conferência Mundial de Radiocomunicação 2023, que acontece, no dia 20 de novembro, em Dubai. E a faixa em disputa é a de 6GHz. Em 2020,a Anatel decidiu destinar todo o espectro – 1200 MHz- para o Wi-Fi não licenciado. Mas há uma forte pressão das teles para que parte da faixa seja destinada à telefonia móvel.

Ao participar de audiência pública na Câmara Federal, nesta segunda-feira, 30/10, o presidente da Anatel, Carlos Baigorri, foi direto. “O Brasil vai aguardar a decisão da WRC. Só aí vamos reavaliar ou não a nossa decisão. O que importa é o padrão internacional que será usado. Não estamos falando da melhor tecnologia, mas, sim, qual será o padrão mundial”, reforçou. Foi a primeira vez que Baigorri admitiu uma possível revisão de posição nesses três anos.

O presidente da Anatel lembra que quando, em 2020, a agência liberou a faixa de 6GHz para o Wi-Fi não licenciado porque não havia nenhuma outra tecnologia disponível para usar a faixa. “E seguimos assim, ainda não há equipamentos de outras tecnologias, mas se o mundo decidir que a faixa será para telefonia móvel, vamos reavaliar, mas vamos respeitar todos os procedimentos previstos na Lei Geral de Telecomunicações”, adicionou Baigorri.

Baigorri destacou que há aspectos positivos e negativos em qualquer um dos caminhos que venham a ser seguidos após da reunião da WRC para a faixa de 6GHz. “O Wi-Fi é considerado hoje uma das formas mais democráticas de acesso à Internet. As pessoas chegam em casa usam WiFi para não consumir seus pacotes de dados móveis, mas não estamos falando de disputa de tecnologias”, lembrou.

O secretário de telecomunicações do Ministério das Comunicações, Maximiliano Martinhão, diz que qualquer debate sobre o uso do espectro tem de ser ‘desvinculada de paixão’ para privilegiar o cidadão. A desstinação da faixa de 6GHz tem dois defensores: Brasil e EUA. Na Europa, a decisão é controversa e na América Latina, Argentina ficou com o Brasil. Mas Chile e México decidiram destinar parte da faixa para a telefonia celular.


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