Anatel ainda avalia impacto em parabólicas para destinar 3,5 GHz para 5G
A Anatel adiou a deliberação da proposta de destinar a faixa de 3,5 GHz para aplicações em 5G. O relator desse caso, Otávio Rodrigues, explicou que pediu mais uma semana de prazo para trazer a questão ao Conselho Diretor para avaliar um pouco mais as potencias interferências com as antenas parabólicas.
Ao longo dos últimos 15 anos, a Anatel já tentou quatro vezes licitar a faixa de 3,5 GHz, mas sempre esbarrou no problema da interferência pela proximidade dessa fatia do espectro com a banda C. O risco de prejudicar a recepção dos sinais de televisão para quase um terço dos domicílios do país, que usam antenas parabólicas, na prática impediu que esses planos fossem adiante.
No momento, a Anatel e as operadoras fazem testes exatamente para tentar medir problemas e soluções na destinação dessa fatia do espectro para a telefonia móvel. E paralelamente corre até 5/11 uma tomada de subsídios sobre a destinação desta e da faixa de 2,3 GHz para a quinta geração da tecnologia celular.
No Futurecom 2018, o gerente de Espectro, Órbita e Radiodifusão da Anatel, Agostinho Linhares, falou sobre os testes de campo com o 3,5 GHz para o 5G. Neste momento, acontece um piloto no laboratório do CPqD. Tão logo essa fase se encerre, haverá um teste de campo em uma rede da Claro, no Rio de Janeiro. “Será crucial para que possamos de fato evitar qualquer tipo de interferência na faixa”, explicou.
Em defesa da faixa de 3,5GHz para o 5G, há também o posicionamento dos Estados Unidos. Nesta quarta-feira, 24/10, a Federal Communications Commission, o regulador de telecomunicações norte-americano, aprovou a destinação da faixa de 3,5 GHz para o 5G, em decisão que também modificou o prazo das licenças nessa fatia do espectro de três para 10 anos.