Anatel: Não há filantropia possível no uso dos postes
A regularização do uso dos postes precisa ser pragmática para endereçar corretamente as questões, como de segurança e de responsabilidades para não impactar o desenvolvimento da indústria do 5G. A afirmação foi feita pelo gerente de Monitoramento das Relações entre Prestadoras da Anatel, Fábio Casotti, no INOVAtic Sul, evento realizado pelo TeleSíntese.
O executivo da Anatel foi taxativo: sem definir como diluir em longo prazo os R$ 20 bilhões necessários para regularizar 10 milhões de postes em situação crítica, a conta terá de ser assumida por alguém. O negócio de aluguel de postes, na estimativa da Anatel, soma R$ 3 bilhões por ano. Mas há uma análise do BTG com valores muito acima: R$ 12 bilhões. Mesmo pelos cálculos mais vantajosos, ninguém tem os R$ 20 bilhões. “Eu vejo que há muitas oportunidades de trazer soluções de engenharia, de tecnologias para fazer disso algo viável e gerador de renda”, defendeu.
Sobre a criação de entidade sem fins lucrativos para comandar a regularização de postes, Casotti diz que é oportunidade para discutir e evoluir no conceito, mas com pragmatismo. “É sem fins lucrativos, mas de onde virão os R$ 20 bilhões? Não há filantropia aqui”, ressalta. “A preocupação sobre o equilíbrio entre negócio e aquilo que não pode ser negócio está posta”, completa Casotti. Ele lembrou que os Estados Unidos regulam preço de postes há mais de 10 anos e já estão debatendo agora como se dará a partilha de custos para substituição de postes motivada pelo uso de small cell, uma necessidade do setor de telecom para o 5G.
*Matéria feita a partir de reportagem do portal TeleSíntese