Anatel quer destinar frequências para celular via satélite
A Anatel vai colocar em debate a proposta de destinação de 20+20 MHz para a oferta de serviço de telefonia celular via satélite. A ideia é que esse naco de radiofrequência venha em 1990-2010 MHz e de 2180-2200 MHz, em um arranjo que busca preservar o uso já corrente de fatia próxima do espectro para a telefonia fixa.
Chamada de Serviço Móvel Global por Satélite, essa modalidade, como o nome sugere, oferece telefonia celular em áreas onde não há necessariamente uma infraestrutura terrestre de antenas. Mas como lembrou o relator do tema no Conselho Diretor da agência, Leonardo de Morais, “muito embora haja atribuição ao móvel por satélite, não existe destinação dessas faixas ao SGMS ou a qualquer outro serviço que possa utilizar capacidade espacial”.
A ideia de mudar isso partiu da multinacional americana Echostar, especificamente de olho em parte da Banda S (2 a 4 GHz), especificamente as fatias de 1980 a 2025 MHz e de 2160 a 2200 MHz. Boa parte dessa banda, porém, já é destinada a outros serviços, especialmente a telefonia fixa sem fio, ainda que o uso na prática seja concentrado nos 5 Mhz mais baixos.
Daí que a área tecida da agência tenha entendido que “destinar toda a faixa acarretará problemas de interferência de difícil solução”. Por isso, a proposta prevê um uso menor, de apenas 20+20 MHz entre 1990-2010 MHz e de 2180-2200 MHz.
O Conselho Diretor da agência concordou que esse desenho traz as melhores condições técnicas de convivência e sinaliza o uso efetivo em futuro próximo. Mas o assunto vai receber contribuições por 30 dias e deve ainda ser realizada uma audiência pública na sede da Anatel, em Brasília, especialmente para “permitir que atuais ocupantes da faixa possam discutir a nova destinação da banda S”.