Telecom

Apesar de fazer ‘mea culpa’, TIM reclama da concorrência predatória

A conta vai chegar mais cedo ou mais tarde para quem está concorrendo no mercado de serviços móveis pensando apenas em preço. “O market share que se ganha em número de assinantes provoca queda na receita. Nao sei, sinceramente, se vale a pena”, desafiou o CEO da TIM Brasil, Pietro Labriola, em sua primeira teleconferência de resultados como novo comandante da TIM Brasil, referindo-se à ação da Claro Brasil para conquistar clientes no pré e no pós-pago.

Apesar de fazer críticas consistentes aos rivais, Labriola também fez uma ‘mea culpa’. “Nos últimos nove meses ( numa alusão à gestão de Sami Foguel) perdemos o nosso DNA que é inovação e agilidade. Mudamos para recuperarmos esse perfil”, sustentou. Sobre a concorrência, Pietro Labriola foi taxativo. “Vamos continuar atuando com racionalidade e investindo na melhoria dos serviços e na satisfação do cliente. Nossos esforços serão para satisfazer o cliente, como o Stefano (Stefano Di Angelis, que foi presidente da TIM até outubro do ano passado) afirmava. É o cliente quem define onde quer ficar”.

Ao ser questionado se haverá mudança de estratégia com a sua gestão, Pietro Labriola negou. Disse apenas que serão feitos ajustes finos com foco na execução. “A proposta é recuperar o nosso DNA de inovação e agilidade. Nós criamos um modelo que foi copiado pelas concorrentes. Precisamos, agora, fazer algo diferente. Não há novas ofertas, não há novas tecnologias. Cabe a nós, inovar e estou motivando o time a voltar ao nosso DNA de inovação e agilidade”, disse Labriola.

O momento econômico do Brasil preocupa, uma vez que o serviço móvel é impactado pela dificuldade de o cliente em pagar suas contas, mas a TIM garante que terá números melhores no segundo semestre. “Os ajustes na operação vão nos proporcinar números melhores, mesmo nesse momento turbulento da economia. É impossível pensar na migração total da base pré-paga para o pós-pago. Nós vamos tratar melhor do pós-pago, e reacelerar o nosso pré-pago, onde tivemos fraquezas que serão superadas”, pontuou o CEO da TIM Brasil.

Sobre fusões e aquisições, Labriola citou mais uma vez o ex-presidente Stefano Di Angelis, que dizia que em um período de 12 meses muita coisa poderia acontecer. Com relação à TIM, o executivo ressaltou que o trabalho é de conquistar números sólidos para ter um papel correto no ambiente de aquisições. Labriola fechou a sua participação afirmando que tem como meta transformar a TIM ‘em uma operadora que entrega o que promete ao cliente”.


Resultados

A TIM Brasil fechou o primeiro trimestre de 2019 com aumento nas receitas, lucro e Ebitda (fluxo de caixa) em comparação ao mesmo período do ano passado. Apurou lucro líquido de R$ 251 milhões (alta de 2,5% ao ano); receita líquida de R$ 4,19 bilhões (aumento de 1,7% ano a ano) e Ebitda de R$ 1,49 bilhão (mais 5,3%). Todos os valores estão normalizados, ou ajustados para efeitos não recorrentes. O Ebitda cresce a 11 trimestres consecutivos e sua margem (que demonstra a rentabilidade da empresa) bateu recorde para um primeiro trimestre, atingindo 35,7%.

O crescimento da receita foi motivado pelos três principais segmentos da operadora: celular, fixo e venda de aparelhos. Os destaques foram para o crescimento do pós-pago, de 11,4% (ano a ano) e incremento na receita da telefonia fixa. O TIM Live (a banda larga fixa) cresceu 34,9% frente ao 1T18 e a receita fixa somou R$ 229 milhões (mais 11,6%). Os investimentos da TIM no primeiro trimestre de 2019 ficou em R$ 650 milhões, com um incremento de 6%.

A operadora informa ainda que detém cobertura 4G com 3.295 cidades e 93% da população urbana, atingindo 35,6 milhões de usuários. A frequência 700 MHz está habilitada em 1.471 cidades no Brasil,  crescimento de 50,9% em relação a 2018. Já o VoLTE (voz em alta definição) está disponível em 100% dos municípios de São Paulo, alcançando o total de 2.710 cidades no Brasil. A tecnologia está também presente em todo o Rio de Janeiro.

A TIM contabiliza uma base de 55 milhões de clientes, dos quais 34,5 milhões pré-pagos e 20,5 milhões pós-pagos. Os usuários 4G chegam a 35,5 milhões. A sua banda larga fixa, o TIM Live já conta com 486 milhões de clientes, incremento de 18,3%.

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