Apps de transporte: expansão está no interior e nos serviços de nicho
Pouco mais de 10% da população do Brasil, perto de 20 milhões de brasileiros, usam, de fato, algum aplicativo de transporte/mobilidade, pontua o professor e coordendor do MBA em Marketing Digital da FGV, André Miceli, o que é um número muito aquém ainda do possível. “Podemos ter usuários como um país europeu mas, na prática, é uma pequena parcela da população brasileira. Como temos um sistema de transporte urbano fundamentalmente rodoviário, o potencial de expansão é muito grande”, aponta André Miceli.
Para o especialista, a interiorização do uso dos aplicativos é um potencial de negócios. “Os jovens foram os primeiros a baixar, agora os pais já estão usando e novos usuários devem surgir. O mesmo acontece com as cidades, primeiro foram as capitais, agora as cidades menores devem receber os aplicativos”, observa.
Com relação à regulamentação dos apps, Miceli acredita que as novas normas que entraram em vigor na cidade de São Paulo podem virar uma jurisprudência nas outras cidades. Ele alerta que esse processo pode desestimular a entrada de novos motoristas ou até a saída de alguns. “Com isso teremos menos oferta, logo os preços podem aumentar”, acredita.
Agora, em um momento complicado para o setor em termos de regulação, cria-se para o professor da FGV um ambiente cada vez mais competitivo com a presença de outros grandes nomes como a Cabify. Para Miceli, a Uber parece diante de mais um desafio. “Pode ser que apareçam aplicativos específicos para certos nichos. Como o que só vai transportar mulheres, o de luxo e até mesmo os aplicativos de cooperativas de táxi”, completa.