Bolsonaro não se pronuncia, mas ouve defesa estratégica da Telebras
O presidente Jair Bolsonaro participou mudo e saiu calado da inauguração, nesta terça, 23/6, do centro de operações espaciais da Telebras e do Comando da Aeronáutica. O Cope atualmente controla o satélite geoestacionário de defesa e comunicações, mas foi criado com a expectativa de gerenciar toda uma futura constelação de artefatos espaciais.
Bolsonaro, que incluiu a estatal na lista de privatizações, nada comentou nos 40 minutos de solenidade. Ouviu, porém, o presidente da empresa, Waldemar Gonçalves, defender a importância estratégica da Telebras para a inclusão digital e apresentar números que permitem sonhar com uma operação superavitária.
“O satélite geoestacionário de defesa e comunicações é apenas parte de um complexo sistema que inclui extensa infraestrutura terrestre. O Cope foi planejado e dimensionado para atender um sistema com diversos satélites geoestacionários e de órbita baixa”, afirmou Waldemar Gonçalves.
Ele ressaltou que a empresa encerrou 2019 com 11 mil pontos de conexão via SGDC instalados e 3 milhões de alunos conectados, “diminuindo a desigualdade social e levando incluso digital a pessoas que vivem fora da área de interesse econômico das operadoras comerciais.
Segundo ele, nos últimos 18 meses, a Telebras quadruplicou a oferta de internet, aumentou a receita liquida em 55%, reduziu custos em 4%, e converteu um Ebitda de R$ 23 milhões negativos para R$ 28 milhões positivos. “Em dezembro de 2019 tivemos o maior lucro mensal desde 2013”. A estatal fechou o ano passado com prejuízo de R$ 237 milhões.
O centro de operações especiais custou R$ 134 milhões e foi instalado em área do Comando de Operações Aeroespaciais, em Brasília. Além desse Cope na capital há um centro secundário no Rio de Janeiro, outros três gateways (SC, BA e MS), e oito sistemas de monitoramento pelo país.
“É importante termos domínio dessa tecnologia, de soberania, de construir, lançar e controlar foguetes e satélites. Quando a gente olha nossas necessidades, vemos o quanto um sinal de satélite para levar informação, controlar fronteira, proteger o meio ambiente, como os satélites são essenciais”, apontou o ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação, Marcos Pontes.
Já o novo ministro de Comunicações, Fabio Faria, afirmou que “a comunicação via satélite é vital para a defesa da soberania e desenvolvimento da nação”, e que a conectividade é fundamental. “Gostaria de ressaltar a importância desse satélite em nossas vidas. Ele leva informação, conhecimento e segurança aos brasileiros, permite ao governo ampliar capacidade de conexão para universidades, escolas, hospitais, centros de pesquisas e outros pontos de interesse público”.