Telecom

Claro: Sem aplicações disponíveis, 5G é só velocidade

Se não houver colaboração de toda a cadeia, o 5G será apenas uma conexão mais rápida. Os especialistas presentes ao Seminário 5G.BR, realizado nesta quinta-feira, 11/8, em São Paulo, foram unânimes sobre o potencial de novos negócios, de mais produtividade e aumento do PIB que a nova tecnologia pode trazer. Mas isso vai exigir trabalho de todos os atores envolvidos.

“É preciso moderação em relação às expectativas. Sem as aplicações, o 5G vai ficar só na velocidade. A velocidade é o que se percebe. O resto, a baixa latência, a capacidade de milhares de conexões simultâneas, vai aparecer mais na internet das coisas, que é mais voltada à indústria, e quando, no futuro, tivermos as coisas falando com as coisas. As operadoras estão fazendo sua parte, ficamos na expectativa de que todos os outros elos da corrente também funcionarão”, destacou o presidente da Claro, José Félix. 

Para Marcio Fabbris, vice-presidente de vendas e marketing da Vivo, o 3G trouxe o acesso estável. O 4G foi caracterizado pela era dos aplicativos, viabilizando de aplicativos de delivery a bancos digitais. Agora, com o 5G, estaríamos entrando na era pós-smartphones, em que múltiplos aplicativos e equipamentos poderão ser integrados para viabilizar novos negócios, automatizar setores inteiros e elevar o nível de produtividade a outro patamar. “A velocidade do 5G sem as aplicações não mudará a vida de ninguém”, afirma.

Rodrigo Dienstann, CEO da Ericsson para a região sul da América Latina, concorda. E vai além: a inovação precisará ser coordenada com as operadoras. “O 5G traz mais do que as características técnicas, ele inclui as possibilidades de desenvolvimento de negócios”, diz. Ele recorda que no 3G, a inovação pertencia às operadoras. Depois, no 4G, ela passou para as mãos dos donos de aplicativos e bancos digitais, sem relacionamento com as operadoras. “No 5G, a capacidade a ser utilizada precisa ser coordenada com as operadoras. Então, o modelo de negócios deve mudar. Não se pode mais haver inovação isolada”, afirma.

“As figuras de cliente e fornecedor precisam mudar. O 5G trará oportunidades, desde que aprendamos com ela. Será necessário trabalhar de maneira cooperada, aproveitar melhor o ecossistema”, concorda Marcelo Silvestrin, diretor de tecnologia e inovação da Bosch.


Esta é também a opinião de Guilherme Spina, CEO da V2COM, do Grupo WEG. “O formato regulatório deixou as regras claras em relação a todos os atores do ecossistema – operadoras, incumbents, novos entrantes, fabricantes. O nome do jogo agora é escala. O custo só abaixo com escala e isso não vem com normas. O mercado vai encontrar o caminho e isso acontecerá mais rapidamente se conseguirmos fatiar as soluções verticalizadas de maneira rápida”, analisa Spina.

Botão Voltar ao topo