Clonagem de celular preocupa Anatel e operadoras
Ao alinhar as ações previstas para 2019, o presidente da Anatel, Leonardo de Morais, defendeu avanços no projeto batizado Celular Legal, que bloqueia o acesso de aparelhos considerados irregulares às redes móveis de telecom. Ele lembrou especialmente a controvérsia sobre a possibilidade de clonagem.
“Neste ano precisaremos amadurecer e avançar com o projeto. Na medida que bloqueia irregulares, adulterados, sem certificação ou com IMEI inválido, diminui os incentivos para a prática do furto ou do roubo. Evidentemente existem polêmicas sobre a possibilidade de clonagem, mas por isso entendo que o projeto vai decantar este ano”, afirmou.
Esse projeto dividiu fabricantes de aparelhos, que defendem o projeto, e operadoras móveis, céticas quanto a resultados efetivos. Em princípio são desconectados das redes aparelhos que não possuam IMEI, um número que serve de identificação internacional de celulares, válido.
Para Morais, o projeto precisa avançar na certificação e nos reflexos em qualidade. “Vincular legalidade, por óbvio a certificação decorre de lei, à saúde do usuário, em questões de baterias que explodem, radiação. E tem a questão de qualidade do serviço prestado, durabilidade. O reflexo na segurança pública é uma decorrência”, afirmou.
Mas em que pese os fabricantes sustentarem o projeto como combate à pirataria, as operadoras móveis reclamam de furos que o deixam vulnerável. Em especial, a possibilidade de clonagem de um IMEI válido. “Isso foi vendido como segurança pública e até a intervenção no Rio de Janeiro antecipou. Mas esqueceram de explicar a facilidade de clonar”, reclama um executivo das telecomunicações.
É que na impossibilidade de determinar qual seria o IMEI válido original, a decisão até aqui é de não bloquear os aparelhos nesses casos, ainda que existam meia dúzia deles simultaneamente em operação. Por isso as teles móveis reclamam que o projeto não terá impacto no roubo ou furto dos aparelhos.
Para o presidente da Anatel, a sociedade também tem que atuar. “É importante que a própria sociedade esteja consciente. O projeto terá mais efetividade na medida em que, ao comprar celular de segunda mão, se verifique o IMEI, que pode ser feito pelo próprio site da Anatel”, defendeu Morais.