Telecom

Colômbia terá ministério do 5G e vai medir qualidade direto nos celulares

A Colômbia tem planos ambiciosos para ampliar a conectividade internet no país, com meta de elevar a penetração de 68% para 85% da população nos próximos anos. A tarefa envolve a renovação de 70% das radiofrequências em uso no país, a oferta de novo espectro para 5G e até um modelo de medição da qualidade das redes móveis diretamente com dados dos celulares dos usuários. 

“As ações incluem a dedicação de esforços à modernização das redes, bem como parcerias com ISPs e redes comunitárias para apoiar o fechamento de brechas e levar conectividade a regiões mais afastadas. E além de usá-la para fins de informação, queremos mostrar que a internet pode incrementar a produtividade”, destacou a ministra de Tecnologias de Informação e Comunicações (MinTIC), Sandra Urrutia. 

“Para isso, precisamos revisar o marco regulatório, capacitar talentos e investir em tecnologias emergentes, como inteligência artifical, machine learning, blockchain. A Colômbia precisa ter políticas para adotar essas tecnologias já mais largamente utilizadas em outros países”, completou a ministra, ao participar nesta terça, 6/12, da 2ª edição do Tech Forum Latam, promovido pela Network Eventos, em Brasília. 

Como explicou a diretora-executiva da Comissão de Regulação das Comunicações do país, Paola Bonilla Castaño, uma das medidas é melhor avaliar a qualidade das conexões móveis. Para isso, a partir de 1º de abril de 2023, os colombianos participarão ativamente dessa avaliação, com medições realizadas diretamente em seus aparelhos. 


“A regulação contará com a participação ativa de toda a indústria, muito trabalho regulatório, que escutou as necessidade da indústria e das regiões que solicitaram mais qualidade”, afirmou a diretora da CRC, acrescentando que o órgão e o Ministério das TICs terão acesso às informações coletadas para garantir que a comissão consiga cumprir seus desafios de qualidade.

“Usaremos uma metodologia padronizada e robusta, que permite garantir a representatividade da população de todas as regiões do país”, detalhou. As medições, de acordo com Paola, serão realizadas por um provedor de crowdsourcing que ainda está sendo selecionado. Reguladores e fornecedores também poderão avaliar as informações.”

Outro foco será a implantação do 5G na Colômbia. Até aqui, o país realizou cerca de 50 pilotos bem-sucedidos com 5G, mas a efetiva oferta comercial da nova tecnologia ficou em segundo plano diante da necessidade urgente de renovar 70% das radiofrequências em uso no país.  “Em nível de política pública e marco regulatório, estamos prontos para implementar o 5G, mas precisamos correr com as renovações que devem acontecer em 2023 e 2024″, disse a ministra de TICs. 

O novo governo da Colômbia, que assumiu há pouco mais de 100 dias, tem planos de criar uma subpasta de 5G em 2023. A nova gestão pretende licitar, ainda no próximo ano, as ondas milimétricas de quinta geração, a exemplo do que foi feito no Brasil. “Estamos trabalhando com a agência nacional do espectro, que vem analisando todo o espectro disponível para evitar desperdícios”, afirma. “Estão avaliando e analisando como farão as subpastas para o que não está ainda dedicado.”

A Ministra também comentou o valor do espectro cobrado na Colômbia, um dos mais caros da região. Segundo ela, no panorama atual estão analisando as condições atuais para levantar a valoração correspondente. “Antes, a arrecadação tinha um fim de receber recursos. Desde 2019, a lei mudou e os recursos têm uma finalidade de maximização do bem-estar do cidadão e isso pode ter impacto no valor do espectro.”

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