Com apps ecológicos, equipes do Brasil vencem concurso da NASA
Duas equipes de brasileiros ganharam prêmios no concurso da Agência Nacional de Espaço e Aeronáutica dos Estados Unidos (NASA, na sigla em inglês) de desenvolvimento de aplicativos. Um dos times elaborou projeto para contribuir com a limpeza dos oceanos e outro desenvolveu um sistema para identificar vazamentos de óleo nos mares.
A equipe Cafeína, formada por estudantes da Universidade Federal da Bahia (UFBA), venceu a categoria de melhor uso de equipamentos (hardware). O desafio apresentado pela organização do evento envolvia criar uma solução para reduzir o lixo depositados nos mares de todo o planeta. O time foi formado por três estudantes do curso de Administração – Antônio Rocha, Pedro Dantas e Genilson Brito -, por um do curso de Engenharia Química – Ramon de Almeida – e pelo desenvolvedor de sistemas Thiago Barbosa.
Os alunos criaram um protótipo chamado de “OceanRide”. O equipamento coleta microplásticos no oceano, que são comidos por peixes, levando à morte desses animais. O objeto pode ser acoplado a qualquer barco, facilitando sua operação. O aparelho utiliza o princípio de um gerador denominado Van Der Graff, atraindo as partículas a partir de uma corrente eletrostática, funcionando de forma parecida a um imã. A substância coletada é guardada em um contêiner.
Segundo os desenvolvedores do protótipo, ele teria a vantagem de ser utilizado tanto em embarcações que navegam por diversas rotas em todo o mundo quanto em plataformas fixas em pontos estratégicos das correntes marítimas. Do ponto de vista econômico, os autores acreditam que ele seria de exploração comercial viável, uma vez que criaria lucros adicionais para empresas de navegação e permitiria uma iniciativa mais barata de promoção da sustentabilidade nos oceanos, o que pode ser aproveitado por qualquer empresa como um benefício de imagem.
Vazamentos
Já a equipe Massa, formada por desenvolvedores e gestores de startups de São Paulo, conquistou o topo na categoria de aplicações a partir da observação da Terra com objetivo de contribuir com a promoção dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas. Compuseram o grupo os cientistas de dados Ariel Betti, Ricardo Ramos e Eduardo Ritter, o fundador da startup Skyfix, Felipe Ribeiro Tanso, e a estudante de pós-graduação em arquitetura da informação Joana Ritter.
O grupo criou o sistema apelidado de Poseidon. Ele utiliza imagens de satélite, inteligência artificial e redes neurais para identificar vazamentos de óleo no oceano. Foi utilizada tecnologia do Google para “treinar” a rede neural, evitando equívocos na análise de imagens como a confusão do óleo com outras coisas, como plânctons ou nuvens.
A tecnologia pode ser acessada por governos, empresas, associações civis e organizações internacionais. Os autores decidiram oferecer uma solução motivados pelo episódio do derramamento de óleo que atingiu a costa do Nordeste brasileiro em 2019. O propósito do projeto é permitir que autoridades e interessados possam reagir mais rapidamente em casos como este.
Nasa apps challenge
O desafio da Nasa teve etapas classificatórias em 43 cidades brasileiras. A iniciativa é uma maratona de desenvolvimento de inovações, conhecida no segmento como “hackathons”, voltada a criar soluções para a área espacial. O desafio ocorreu em centenas de cidades em todo o mundo, reunindo cerca de 20 mil pessoas. Além dos eventos presenciais, o site da iniciativa permite a participação remota de pessoas interessadas em acompanhar as tarefas e atividades. A maratona foi composta de diversos desafios, enfrentados por jovens organizados em equipes. Nelas, os participantes utilizam dados coletados pela Nasa em suas missões ao espaço sideral para desenvolver soluções.
Fonte: Agência Brasil