Eficiência, vendas e novas soluções: teles tentam ganhar dinheiro com inteligência artificial

Líderes das maiores operadoras de telecomunicações do mundo apontaram a inteligência artificial (IA) como ferramenta estratégica para gerar novos negócios, com foco em verificação de identidade, segurança digital e soluções para mercados emergentes.

Ao participar do DTW Ignite, na Dinamarca, o CEO da Jio, maior operadora da Índia, Kiran Thomas, destacou que a inteligência artificial pode ser monetizada em três eixos principais: otimização interna para aumentar a eficiência operacional e a produtividade; a venda de plataformas, oferecendo a outras empresas ferramentas testadas em larga escala; e o desenvolvimento de soluções inéditas, como aplicações específicas para agricultores e estudantes, que ele considera as mais empolgantes.

“Se resolvem problemas para uma operação do tamanho da nossa, certamente serão valiosas para outras empresas”, afirmou Thomas, que defendeu modelos freemium e com anúncios para popularizar os serviços.

Christian Thrane, CEO da dinamarquesa Nuuday, e Vikram Sinha, presidente da Indosat Ooredoo Hutchison (Indonésia), defenderam que as operadoras devem liderar a criação de protocolos seguros contra golpes e deepfakes.

“Na era da IA, máquinas vão imitar pessoas que amamos ou com quem trabalhamos. Temos capacidade de verificar identidades por meio de redes e geolocalização – é possível monetizar essa confiança”, disse Thrane.

Sinha foi enfático: “Precisamos nos comprometer de verdade. IA mais conectividade fará a diferença”. Ele criticou erros do passado, quando o setor “não focou em resolver problemas reais dos clientes”, e citou o combate a spam como prioridade.

Os executivos concordaram que a colaboração entre empresas é essencial para padronizar soluções. Enquanto a Jio mira inclusão digital (“IA deve servir 1,4 bilhão de indianos, não só a elite”), europeus e asiáticos pressionam por APIs abertas para integração segura entre sistemas.

• Do MWL