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Empresa nacional IDid quer ir muito além de ser uma carteira digital no Brasil

Empresa nacional, IDid, foi criada para atuar no meio de pagamentos para transações online e contratou Gastão Mattos, um dos grandes responsáveis pelo comércio eletrônico no Brasil, para tocar o negócio tanto do lado dos lojistas como dos bancos emissores. “O Comércio eletrônico completou 26 anos no Brasil e sempre lidou com a fraude. Hoje cerca de 1% da receita é disponibilizada para combater as fraudes. É um percentual alto, que acreditamos poder reduzir com a nossa plataforma”, observou o especialista, em conversa com o Convergência Digital.

A IDid chega com a meta de se tornar a plataforma de autenticação de pagamentos que trabalha com um novo conceito: o do “consumidor presente”. Ou seja, as compras online são tratadas como se fossem presenciais, elevando o índice de aprovação das transações financeiras para um patamar próximo ao de um cartão presente. “O PIX tomou tempo e demanda dos bancos e nos fez adiar um pouco so planos. Mas já fechamos com dois emissores na indústria de voucher de pagamentos e com uma fintech, que vai começar a operar em 2021. No lado lojista, todos querem que fechemos com os bancos. As negociações estão avançando”, sustentou Mattos.

A chave de acesso para uso da IDid é o CPF do cliente, algo que o consumidor já está acostumado a informar em diferentes lojas, seja por incentivos fiscais, seja por programas de fidelização de cada loja. Através do CPF, o sistema de captura de dados do lojista, faz uma consulta com a IDid, que identifica quais são os emissores e meios de pagamento habilitados para aquele consumidor.

A IDid informa o emissor do meio de pagamento selecionado pelo consumidor, que por sua vez, notifica o cliente através de uma notificação do aplicativo de relacionamento, tudo em tempo real. O consumidor abre a notificação e autoriza o pagamento, dentro dos padrões de autenticação sem contato EMV (Europay, Mastercard e Visa). Esta novidade pode ser usada tanto em compras presenciais como também em compras no comércio eletrônico, onde entrega uma conversão superior a 95% nas tentativas de pagamento, virtualmente eliminando o risco de fraudes. Na prática, explica Mattos, a IDid usa a mesma forma de autenticação forte das carteiras digitais baseadas em NFC, mas sem usar essa tecnologia de comunicação por rádio frequência, o que confere mais segurança em relação a outras soluções.

“A IDid não existe para o consumidor final”, explica Mattos. “Nós atuamos com white label. Todo o processo será feito pelo banco emissor. Nós simplesmente não aparecemos e esse também é um diferencial do negócio”, adiciona. Mattos não quis falar de investimentos, mas admitiu que a ideia dos responsáveis pelo negócio é o de realizar, ao final de 2021, uma rodada de investimentos. “Até agora tudo foi capital próprio e os dois donos investiram muito em construir uma plataforma de TI muito robusta”, conta.


Dados da Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões e Serviços) apontam que as transações sem contato tiveram um aumento de 330% (volume de R$ 8,3 bilhões) no 1º semestre de 2020, se comparado ao mesmo período do ano anterior. Em outra pesquisa, dessa vez realizada em parceria com o Datafolha, a Abecs identificou que o percentual de brasileiros que fizeram pagamento por aproximação em algum momento de suas vidas saltou de 8% para 16% em um ano.

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