Telecom

Ericsson e Vivo montam rede 3G/4G em Roraima para minimizar estado de calamidade pública

A Ericsson e a Vivo montaram uma rede 3G/4G para atender a cidade de Pacaraima, porta de entrada no Brasil dos imigrantes venezuelanos, que, hoje, já são quase 40 mil no Estado de Roraima. A parceria também prevê a implantação de um laboratório na Universidade Federal de Roraima (UFRR), para inclusão digital através de cursos de capacitação para os imigrantes. O acordo teve a participação do governo brasileiro, que permitiu acesso às torres de energia.

Atualmente, a cidade de Pacaraima conta apenas com cobertura 2G, o que inviabiliza, por exemplo, o registro e integração das informações dos venezuelanos que tentam dar entrada no pedido de asilo junto à Polícia Federal. Além disso, a falta de conectividade limita qualquer outra ação que possa ser desenvolvida no local. “Estamos colocando quatro enlaces de rádio para atender essa região. A Vivo puxou 200 km de fibra óptica para permitir que o 4G funcionasse nessa cidade, que fica na fronteira. É um modelo complexo, se fosse pensar apenas no lado financeiro, não haveria o retorno, a conta não fecha. Mas é uma iniciativa de inclusão. Estamos levando desenvolvimento econômico para essa cidade. Os serviços vão funcionar como não funcionavam. Inclusão digital e social”, observa o presidente da Ericsson, Eduardo Ricotta.

Em Boa Vista, para onde os venezuelanos seguem para darem entrada ao pedido de asilo para obterem a condição de permanência legal no país, o problema de conectividade também impacta o dia a dia das atividades da Polícia Federal: a instituição não consegue enviar os dados para Brasília, uma vez que a internet usada pelo órgão tem capacidade muito limitada. Atualmente, estima-se que mais de 10% da população de Boa Vista seja de imigrantes venezuelanos.

Uma iniciativa que entusiasma é a a oferta dos cursos profissionalizantes. Eles serão divididos em módulos com dois meses de duração. Haverá desde cursos mais básicos para inclusão digital até cursos sobre temas mais avançados voltados para pessoas com um nível mínimo de escolaridade. As aulas serão ministradas no laboratório que será instalado na UFRR. “Vamos capacitar que não tem conhecimento da tecnologia móvel e vamos também levar conhecimento para quem já tem um nível mais avançado. Capacitar é a melhor maneira de reduzir diferenças”, completa o presidente da Ericsson Brasil.

O projeto inclui também a conexão do novo Centro de Referência ao Refugiado e Migrante, que está em fase de instalação no campus da UFRR em parceria com o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) e a Polícia Federal, com o objetivo de melhorar o atendimento aos venezuelanos e à população local. As instalações atuais não comportam a demanda diária de pedidos de asilo por parte dos venezuelanos, o que tem provocado as cenas desumanas de grande concentração de pessoas dormindo em barracas e abrigos improvisados nos arredores da PF e em espaços públicos da cidade de Roraima. Os valores investidos não foram revelados pelas partes.


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