Ericsson: mercado se ressente da escassez de componentes simples
Até o final do segundo trimestre, a Ericsson afirma estar com o estoque em dia e preparada para entregar toda a demanda solicitada pelas operadoras, inclusive, para o 5G, afirmou o presidente da companhia para o Brasil e Cone Sul, Rodrigo Dienstmann, em encontro com a imprensa, nesta quinta-feira, 17/03. Segundo ele, hoje, a escassez de componentes não se restringe mas aos componentes mais sofisticados. Também abarca os considerados mais simples, como fontes de bateria.
“Tivemos que rever a cadeia de fornecimento, abrir frente para mais de um fornecedor, foi feito um estoque preventivo”, reforçou Dientsmann. O executivo também adianta que a variação do dólar- muito por conta da turbulência global acirrada com a Guerra da Ucrânia- também impacta, que há negociações com clientes. “Estamos vendo onde é possível cortar custos, reduzir margens e a queda do dólar traz alívio”, adiantou. O presidente da Ericsson Brasil também informou que a unidade fabril no país vai reduzir o volume de exportações- hoje em torno de 30% – para atender a demanda local.
Com relação ao 5G, a Ericsson mantém a sua aposta, inicialmente, na banda larga fixa pelo 5G, o FWA. Dientsmann lembrou que, nos Estados Unidos, no quarto trimestre do ano passado, 43% dos acessos banda larga comercializados foram em FWA. No Brasil, há uma pendência relevante: o custo do CPE para o consumidor. “Mas os preços vão cair como aconteceu em toda tecnologia”, afirmou.
O fato de o Brasil ter muitos provedores Internet investindo em fibra ótica também traz cautela para o FWA, apesar de a Ericsson acreditar que há muito espaço para a tecnologia. “Sabemos que o Brasil está sendo fibrado, mas a FWA terá um espaço certamente”, indicou. A Ericsson é uma das candidatas a produzir CPE no Brasil, mas, até o momento, o projeto que está avançando é da aliança entre Intelbras e Qualcomm.