Ericsson quer massificar aplicações móveis de IoT
A Ericsson está apostando no uso massivo do celular para a Internet das Coisas. Tanto que nesta quinta-feira, 31/01, a fabricante fez lançamentos globais que vão permitir aos provedores de serviços oferecer aplicações para diversas áreas, entre elas, manufatura, automotiva e utilities. Os serviços são direcionados para: IoT de Uso Massivo, IoT para Operações Críticas e os novos IoT em Banda Larga e IoT para Automação Industrial.
O destaque é para a solução NB-IoT Extended Cell Range 100km, capaz de esticar o limite padrão de cobertura de 40km até 100km, utilizando apenas atualizações de software – ou seja, sem a necessidade de alterar dispositivos NB-IoT já existentes. Duas operadoras já estão implantando as conexões de dados NB-IoT da Ericsson: Telstra e DISH.
O diretor de Produtos e Tecnologia da Ericsson no Brasil, Paulo Bernardocki, em entrevista ao Convergência Digital, explica que as soluções têm efeito nas redes 4G LTE e nas redes NB-IoT. “Um exemplo são as aplicações de rastreamento de carga. Os caminhões trafegam por distintas rodovias. Nem sempre o sinal de cobertura é o ideal. Com atualização de software na rede é possível expandir o sinal por 100 Km, o que para a comunicação das coisas terá um grande efeito nas áreas de cobertura não ideal”, explica.
O Brasil, acrescenta ainda Bernardocki, fez parte dos testes de campo das soluções que estão sendo lançadas para massificar o uso do celular para Internet das Coisas. As redes NB-IoT estão escalando e a liberação de frequências como a 700 Mhz e 450 Mhz massificam o interesse. “Um dos testes foi feito com a Vivo e com a Raízen, uma das líderes no mercado de etanol e açúcar, e a EsalqTec, incubadora que atua junto à Esalq/USP, na Usina Costa Pinto, em Piracicaba, para aumentar a conectividade”, afirma.
O uso massivo de IoT, afirma ainda o diretor da Ericsson Brasil, terá como consequência o aumento ainda maior do consumo de dados, o que vai gerar mais negócios para as operadoras e determinar a expansão de infraestrutura., o que vai gerar negócios para todo o ecossistema de Telecom. “Não apenas do 4G LTE tradicional, mas as redes NB-IoT também vão se diversificar, como também haverá a preparação para o 5G”, aponta Bernardocki. O Ericsson Mobility Report projeta que o número de conexões de IoT celular alcançará 4.1 bilhões em 2024 – com crescimento anual de 27%.
A Ericsson descreve um modelo de evolução de IoT celular: os casos de uso básicos (como rastreamento e medição inteligente que utilizam IoT de Uso Massivo); usos mais sofisticados que se tornam possíveis com a IoT em Banda Larga (como entretenimento e informação em carros, realidade aumentada e virtual, drones e dispositivos vestíveis avançados), e a IoT para Operações Críticas (como veículos autônomos) e IoT de Automação Industrial (como, por exemplo, trabalho de robótica colaborativo em manufatura).
“Certamente os carros autônomos e o gerenciamento de robôs nas linhas de produção vão funcionar com o 5G, que oferece um atraso de rede muito pequeno e permitirá IoT em operações críticas”, completa o diretor da Ericsson Brasil. As soluções, anunciadas nesta quinta-feira, 31/01, já estão disponíveis para os clientes no País.