Telecom

FCC vem ao Brasil para reforçar lobby norte-americano contra os chineses

A exemplo da pressão que exercem em diferentes países, os Estados Unidos aproveitaram a realização do Futurecom 2019, evento que acontece esta semana, em São Paulo, para insistir que o Brasil, assim como toda a América Latina, deve seguir o exemplo que vem do Norte e impedir “redes chinesas inseguras” na implantação do 5G. 

O recado – que sem citação direta envolve Huawei e ZTE, – foi dado pelo comissário da agência de telecom americana, a FCC, Geoffrey Starks. “Estamos encorajando nossos parceiros internacionais a pensar bem e fazerem uma abordagem baseada em riscos de segurança e bastante informada ao decidirem o que é melhor e quem será provedor de rede”, afirmou durante painel realizado nesta terça, 29/10. 

“Meu conselho seria que se tratam de questões críticas que devem ser pensadas numa perspectiva de longo prazo. Em particular, sei que há parcerias com a Huawei aqui, e isso é grande parte da infraestrutura no Brasil, assim como acontece na área rural dos EUA. Nesse caso, deve-se pensar em como monitorar se há potencial de violação de comunicações, monitorar software e hardware”, apontou, diante da grande participação de equipamentos da fabricante chinesa no País. 

“São decisões difíceis, mas recomendo fortemente que as nações latino-americanas pensem bem e adotem uma abordagem baseada em risco, que será algo crítico. Os EUA têm conversado com vários países latino-americanos sobre nossas perspectivas de segurança e queremos continuar esse diálogo”, completou o comissário da FCC. 

Ele afirmou que o Congresso norte-americano discute orçamento próximo ao equivalente a R$ 4 bilhões para que as operadoras do país que em algum momento compraram equipamentos chineses os substituam. 


“Estamos focados para que os equipamentos inseguros chineses estejam fora de nossas redes no futuro. Mas a questão é o que fazemos com o equipamento que já está nas nossas redes. Há propostas legislativas, que envolvem cerca de 1 bilhão de dólares, para ajudar pequenas operadoras rurais a remover os equipamentos inseguros. É algo difícil. Temos que identificar onde eles estão. Temos entre 40 e 50 pequenas operadoras rurais nos EUA que têm algum desses equipamentos. Estamos identificando e queremos remediar o que vemos como uma vulnerabilidade.”

Botão Voltar ao topo