Fundo americano KKR faz oferta pela rede fixa da Telecom Italia
A KKR apresentou uma oferta não vinculativa para comprar uma participação no negócio de telefonia fixa da Telecom Italia, dona da TIM no Brasil, que poderia desbloquear o impasse sobre o futuro da empresa endividada.
A empresa de telecomunicações com sede em Roma disse que seu conselho se reunirá na quinta-feira para discutir a oferta que implicaria uma cisão entre os ativos de rede do grupo e as operações de serviço.
As discussões sobre o futuro da Telecom Italia se concentraram recentemente na divisão do grupo em duas empresas separadas, com o negócio de telefonia fixa assumindo a maior parte da dívida e do pessoal de € 25,5 bilhões do grupo.
A oferta não vinculativa da KKR é para “a compra de uma participação em uma empresa a ser criada que corresponda ao gerenciamento da rede de telefonia fixa e à infraestrutura, incluindo [a rede de última milha da Telecom] e uma participação na [unidade de cabo submarino] Sparkle”, de acordo com o comunicado da Telecom Italia.
O fundo dos EUA já possui uma participação de 37,5% na rede de última milha da Telecom Italia, a Fibercop, avaliada em cerca de € 2,5 bilhões.
Múltiplas reuniões entre funcionários do governo italiano e os principais acionistas da Telecom Italia não conseguiram chegar a um acordo devido a diferenças na avaliação da empresa e outras questões delicadas, como pessoal e dívida.
Em comunicado à imprensa na quinta-feira, o governo italiano – que tem poder de veto sobre o acordo porque a infraestrutura de telecomunicações do país é considerada um ativo estratégico nacional – disse que avaliaria a oferta com base “na salvaguarda dos empregos e na segurança do infra-estrutura que considera crucial”.
A Telecom Italia emprega 40.000 funcionários na Itália. Até agora, a nova coalizão governamental de direita defendeu uma rede controlada publicamente.
A investidora estatal italiana Cassa Depositi e Prestiti, que possui uma participação de 10% na Telecom Italia, recentemente manifestou interesse em comprar os ativos de linha fixa. Mas discordou sobre a avaliação da empresa com seu maior acionista, o conglomerado de mídia francês Vivendi, disseram várias pessoas informadas sobre as negociações.