Telecom

Fundo apresenta lance único, com ágio de 900%, e compra Sercomtel

Com um único lance, o Bordeaux Fundo de Investimentos arrematou, em nove minutos, a Sercomtel. A proposta de R$ 10 por ação representa um ágio de 900% sobre o valor mínimo de R$ 0,01 para ficar com o controle da operadora que atende Londrina e outros 15 municípios do norte do Paraná. O valor total da venda ainda será revelado pela Sercomtel.

“Esse resultado fantástico foi a melhor solução para Londrina, para a empresa, para os funcionários. A Sercomtel é um foguete, mas precisa dos instrumentos adequados. Com um novo horizonte, sem as amarras do Poder Público, tenho certeza que a Sercomtel vai crescer, se desenvolver e gerar renda”, festejou o prefeito de Londrina, Marcelo Belinati. 

Ele lembrou que o edital prevê um investimento mínimo de R$ 130 milhões e fixa o valor para a compra das ações detidas pela prefeitura de Londrina (55%) e pela estatal de energia Copel (45%), por meio do braço Copel Telecom. “E ainda existia uma dívida de R$ 30 milhões da prefeitura, que zera com a Sercomtel”, disse Belinati. “Tenho certeza absoluta que os investidores fizeram um grande negócio”, afirmou.

Mas pelo menos quando o martelo bateu na B3, às 10h09 desta terça, 18/8, nem o prefeito, nem o presidente da Sercomtel, Cláudio Tedeschi, o secretário de governo do município, Juarez Tridapalli, ou o presidente da Copel Telecom, Wendell Oliveira, todos presentes no leilão, sabiam se o fundo Bordeaux tem qualquer familiaridade com o setor de telecomunicações. 

Pelas regras do edital, o valor de investimento mínimo deve se dar em até 18 meses, sendo que R$ 50 milhões devem ser aportados imediatamente, através da emissão de novas ações da operadora. Segundo o secretário de governo, a expectativa é de que o negócio seja concretizado, com a transferência de controle, em 90 dias. Mas ainda precisa passar pelo crivo da Anatel e do Cade. 


O presidente da Sercomtel explicou que “uma equipe de transição começa a gora, já montamos um ambiente e um cronograma para que isso seja feito. Haverá uma comissão com indicados do grupo vencedor para que a gente acelere essa transição”. 

A venda da Sercomtel foi o caminho defendido pela Anatel por conta de uma década de dificuldades financeiras da estatal paranaense. No período, a empresa só ficou no azul uma vez, em 2014. São mais de R$ 200 milhões em prejuízos acumulados e nas contas da agência, a necessidade de mais de R$ 100 milhões em investimentos. Com a compra, além das licenças para prestar telefonia fixa, local e internacional, móvel e banda larga, o vencedor fica com as autorizações de uso das faixas 800 MHz e 1,8 GHz. A empresa tem cerca de 400 mil acessos ativos. 

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