Governos europeus atacam plano de cobrar big techs por redes de telecom
Sete países, Alemanha, Irlanda, Suécia, Dinamarca, Estônia, Finlândia e Holanda, enviaram uma carta conjunta para pedir “cautela” à Comissão Europeia na proposta de fazer com que as empresas de internet paguem pela infraestrutura de telecomunicações. A carta vem na esteira de um protesto no Parmanento Europeu sobre o tema e pede “debate aberto e transparente” antes da apresentação de qualquer proposta formal, segundo a agência Bloomberg.
A carta também sugere que a comissão aguarde uma análise final do BEREC, órgão regulador de telecomunicações da UE, bem como consultas abertas aos membros do bloco e ao público. As operadoras europeias reclamam que os gigantes da internet deveriam pagar pelas redes que usam para lucrar. Em novembro, foi relatado que os executivos-chefes da Deutsche Telekom e de 12 outras grandes empresas de telecomunicações europeias assinaram uma declaração conjunta, reclamando que o tráfego de rede é viabilizado por investimentos europeus e explorado por gigantes de tecnologia dos EUA.
“Uma grande e crescente parte do tráfego de rede é gerada e monetizada por grandes plataformas de tecnologia”, disse o comunicado conjunto do CEO, “mas requer investimento e planejamento contínuo e intensivo da rede por parte do setor de telecomunicações. Este modelo, que permite aos cidadãos da UE usufruir dos frutos da transformação digital, só pode ser sustentável se essas grandes plataformas tecnológicas também contribuírem de forma justa para os custos da rede”, argumentaram.
Em resposta, autoridades da CE, como a vice-presidente executiva Margrethe Vestager e o comissário de mercado interno Thierry Breton, disseram que estão interessados em examinar como plataformas de streaming como Netflix e YouTube do Google podem ajudar os provedores de telecomunicações a arcar com o custo da infraestrutura da qual dependem. Embora nenhuma proposta formal ainda tenha sido feita e os legisladores não tenham dito quando uma poderá ocorrer, alguns países parecem já ter se retratado. Membros do Parlamento Europeu também escreveram uma carta à comissão na semana passada para expressar “profunda preocupação” com qualquer “proposta radical”, como uma taxa de streaming.