Telecom

Huawei: OpenRAN é complexo e pode atrasar o 5G no Brasil

O OpenRAN – tecnologia de redes abertas – está sendo testado pelas operadoras nacionais como uma alternativa efetiva para o 5G, mas a Huawei, que vive um momento delicado por conta da disputa com os Estados Unidos, de Donald Trump – insiste que o OpenRAN é um risco e pode atrasar o 5G no Brasil. Em entrevista ao Convergência Digital, o gerente de soluções wireless da Huawei Brasil, Bruno Ribeiro, lembra que o OpenRAN trabalha com diferentes fornecedores, diferentes sistemas e traz uma complexidade à manutenção das redes 5G.

“Ainda tem a questão da interoperabilidade com o 4G, além de já estar comprovado que o consumo de energia elétrica é de quatro a cinco vezes maior, além de exigir muito mais equipamentos”, adiciona. A Huawei defende o SingleRAN, que é o acesso tradicional para a rede de acesso móvel, como a melhor opção para o 5G por uma série de motivos, entre eles, observa Bruno Ribeiro, o fato de os equipamentos serem compactos.

“É bom lembrar que aqui no Brasil não é fácil instalar uma torre, uma antena. Muita burocracia. O OpenRAN exigirá adequações às torres existentes. E cada município tem a sua regra, apesar da Lei Geral das Antenas”, afirmou o executivo.  Questionado se a Huawei não está ficando para trás pelo fato de não trabalhar com o OpenRAN, Bruno Ribeiro, garantiu que a fabricante chinesa sempre estará à frente da tecnologia.

“Se o OpenRAN mostrar vantagens, a Huawei vai reavaliar, mas temos convicção que o SingleRAN é o melhor caminho para o 5G”, sinalizou. O gerente de soluções wireless da Huawei Brasil observa que o SingleRAN é agnóstico e é compatível com todas as tecnologias existentes no mercado. “E funciona integrado com a cloud computing e com a inteligência artificial”, reforça.

O maior risco do OpenRAN, insiste Bruno Ribeiro, é atrasar a implantação do 5G no Brasil pela complexidade de implementação. Segundo ele, as operadoras que estão apostando em edge computing, com os dados descentralizados, têm um diferencial competitivo para ter um 5G comercial mais rápido na faixa de 3,5GHz, quando o leilão acontecer.


A maior surpresa com relação ao 5G, acredita, poderá vir da implementação de spots 5G fora dos ditos grandes centros para atender projetos de B2B como as fábricas inteligentes e à agricultura inteligente nas áreas rurais. “O 5G será B2C, mas terá um mar de oportunidades no B2B e todas as operadoras se preparam para essa demanda”, completa Bruno Ribeiro.

Botão Voltar ao topo